A segunda temporada da série portuguesa “Rabo de Peixe” já tem data marcada para chegar à Netflix. A história da pequena freguesia açoriana continua a 17 de outubro, foi confirmado pelo serviço de streaming esta quarta-feira.
O anúncio foi feito depois de já se saber que, para além de uma segunda, “Rabo de Peixe” também terá uma terceira temporada.
Em entrevista ao podcast da Renascença “Watch Party”, Augusto Fraga, criador da série, garante que a segunda temporada “é melhor que a primeira”, até porque exigiu um processo de crescimento e evolução de toda a produção.
“A segunda temporada é mais madura. Mantém o ADN da primeira temporada, ou seja, os palavrões e a falta de pronúncia. Tem a energia do grupo, a amizade, os sonhos versus a realidade e o tomar decisões erradas que depois nos explodem na cara”, começa por explicar o autor, que acredita que a produção evoluiu e a série tem, agora, “mais maturidade na escrita, na realização e no ‘acting'”.
“Tudo o que não conseguimos fazer na primeira… tudo o que os atores não estavam ou acharam que não estavam à altura… conseguimos focar-nos nisso para melhorar. Para mim, a série está dois níveis acima da primeira temporada, sendo que tem tudo o que tinha: a loucura, a casualidade, as decisões erradas e as suas consequências e, claro, a amizade”, acrescenta.
Equipa da série foi recebida “de braços abertos” nos Açores
Os Açores, esses receberam a equipa “de braços abertos”. “Enquanto preparávamos a primeira temporada havia algum receio das comunidades locais”, admite, até porque a história toca em “assuntos que são delicados”. . Agora, já sabendo o que estamos a fazer, que era uma ficção que até, de alguma forma, mostrava uma população de Rabo de Peixe muito digna… Já sabendo isso [a receção] foi completamente diferente. Fomos recebidos de braços abertos nos Açores e em Rabo de Peixe em particular”, assegura Fraga.
“Esta série é claramente açoriana, eu sou claramente açoriano e quisemos que fosse muito açoriana”, reitera.
Aliás, durante o podcast, o autor até confessa que os atores tiveram aulas de pronúncia micaelense durante duas semanas, mas essa ideia acabou por ser abandonada.
“Eu não consigo ensinar os atores continentais a falar micaelense. O risco era que o protagonista falasse sobre coisas que o movem e vermos só alguém a fingir que é açoriano. Era um risco tão grande que preferi abandonar essa opção”, confessa.
“Fizemos uma leitura de guião em micaelense e eu ia tendo um ataque de ansiedade”, admite, em jeito de brincadeira, mas admitindo que sabia que iria ser criticado tomasse a opção que tomasse.
O sucesso da série surgiu de forma meio inesperada, pelo que o autor admite que não estava à espera de uma segunda temporada. “Se não teríamos tantas mortes [de personagens]”, brinca. No entanto, esse facto foi aproveitado para trazer novas vozes “para compensar”. “Não vale ressuscitar”, deixa no ar, adiantando que haverá “novos antagonistas” – tão “perigosos quanto os anteriores” – e “coisas completamente inesperadas”.
Terceira temporada “vai ser uma grande surpresa”
Levantando, igualmente, o véu sobre a terceira temporada, Augusto Fraga admite que, entre a filmagem das duas temporadas houve apenas um fim de semana de intervalo, usado, sobretudo, para “mudar o look de algumas personagens”.
A derradeira “season”, diz o seu criador, vai representar “um salto grande”. “Acho que vai ser uma grande surpresa”, assevera, feliz porque a Netflix lhe deu “muita carta branca” após o êxito mundial conseguido com os primeiros episódios da história. “A série foi um êxito também fora de Portugal. Recebi mensagens de todo o mundo”, diz.
Ambas as duas temporadas que faltam em “Rabo de Peixe” terão seis episódios, sendo que a primeira leva chega à Netflix já em outubro.
Fonte: www.rr.pt
Crédito da imagem: Miguel Marques Ribeiro / RR