O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) propôs a construção de um cabo submarino interligando países do Sul Global.
A ideia é fazer constar a elaboração de um estudo de viabilidade para a construção da estrutura na declaração final da 15ª Reunião de Altos Funcionários de Ciência, Tecnologia e Inovação do BRICS.
O encontro ocorreu nos dias 23 e 24 de junho, em Brasília, com a presença de delegações de 10 países.
Nesta quarta-feira, 25, ocorreu também a 13ª Reunião de Ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação do BRICS, no Palácio Itamaraty.
Durante o evento, a ministra Luciana Santos defendeu a proposta como medida estratégica para garantir maior autonomia digital aos países do bloco.
“Na nossa carta vai estar, por exemplo, o cabo submarino Sul Global, na medida em que os cabos submarinos por onde circulam os dados são muito concentrados no Norte Global”, afirmou hoje, 25, a jornalistas em Brasília.
A proposta é que o cabo reduza a dependência das rotas controladas por nações do Norte. A iniciativa integra o esforço do Brasil para descentralizar a infraestrutura digital e fortalecer a soberania tecnológica do bloco.
Agenda estratégica inclui IA
Além do estudo para o cabo, o Brasil propôs novas chamadas conjuntas para projetos de inovação, com foco em grandes iniciativas (“flagship projects”) e cooperação em inteligência artificial.
A ministra ressaltou que o desenvolvimento de modelos de linguagem próprios, em português e em outras línguas do Sul Global, é uma prioridade.
O Brasil conta hoje com 11 centros de competência em IA e iniciativas como o modelo SoberanIA, com 100 bilhões de parâmetros, desenvolvido no Piauí.
“A concentração de tecnologias disruptivas nas mãos de poucos países acirra as desigualdades. Queremos garantir o domínio e a apropriação tecnológica por parte dos nossos países”, destacou ela.
Durante o encontro, o MCTI também destacou o acordo com a China para a criação de um centro de transferência de tecnologia. O histórico de colaboração entre os dois países, como no desenvolvimento conjunto dos satélites CBERS, foi citado como exemplo de parceria estratégica.
“Há muita disposição para colaborar, para o desenvolvimento comum ou de transferência tecnológica”, disse a ministra.
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