Portugal é a primeira equipa a vencer a Liga das Nações por duas vezes. Depois da conquista de 2019, a seleção nacional venceu este domingo,a Espanha, no desempate por grandes penalidades (5-3), após um empate (2-2) no final do prolongamento.
É o terceiro título da história da Equipa das Quinas, depois da conquista do Euro 2016 e da Liga das Nações em 2019.
A Espanha chegava ao Allianz Arena como campeã europeia e detentora do título da Liga da Nações, mas foi travada por Portugal ao 25.º jogo.
E se Nuno Mendes marcou na final e foi eleito o Homem do Jogo e Melhor Jogador do torneio, Cristiano Ronaldo marcou pela primeira vez numa final pela seleção, depois de ter ficado em branco no Euro 2004, no Euro 2016 e na Liga das Nações 2019.
Aos 40 anos, o capitão tornou-se o jogador mais velho de sempre a marcar numa final de seleções… e o único jogador presente nos três títulos de Portugal.
Roberto Martínez jogava, também ele, o orgulho pessoal, depois de uma semana em que viu o lugar posto em causa de forma algo estranha para quem se preparava para jogar (e ganhar) uma final. Apesar disso, o espanhol de nascimento não se acanhou.
Fiel às suas ideias, o selecionador português voltou a confiar em João Neves como lateral direito, apesar desse perigo à solta bem conhecido de todos e que dá pelo nome de Nico Williams.
E não se pode dizer que o médio do PSG tenha cumprido a missão com distinção. Pelo contrário, esteve mesmo ligado ao lance do primeiro golo espanhol (e iria sair ao intervalo).
Após cruzamento de Lamine Yamal, surge confusão entre João Neves e Diogo Costa, com a bola a sobrar para Martin Zubimendi que só teve de encostar para a baliza e fazer o 1-0 para a Espanha.
Portugal empatou num momento de inspiração de Nuno Mendes. Após passe de Pedro Neto, o lateral esquerdo entrou pela área a alta velocidade e rematou sem pedir licença para o fundo da baliza de Unai Simón.
Um golaço daquele que é provavelmente o melhor lateral esquerdo do mundo e que à 37.ª internacionalização se estreou a marcar pela seleção.
Os espanhóis perceberam que o árbitro estava numa de deixar jogar e aproveitaram para tornar o jogo mais físico e assim quebrar o ascendente da seleção portuguesa. E foram bem-sucedidos nas missão.
Portugal tinha entrado a pressionar muito alto, tentando dificultar ao máximo a construção ofensiva espanhola, que tinha em Pedri o seu maestro habitual. Foi o médio que serviu Mikel Oyarzabal para o 2-1 em cima do intervalo.
Emendar a mão a tempo…
A primeira parte foi intensa com um grande ambiente nas bancadas e esperava-se mais do mesmo para o segundo tempo.
Roberto Martínez emendou a mão, como se diz no futebol, quando as apostas iniciais parecem erradas a todos, menos a quem escolhe o onze.
Tirou João Neves para meter um lateral de raiz, Nélson Semedo, e fez ainda entrar Rúben Neves para o lugar do apagado Francisco Conceição (mostrou que é decisivo quando sai do banco, mas a titular ainda não) e assim dar o equilíbrio que a equipa parecia sentir falta.
No regresso do intervalo, Pedro Neto ficou a ‘dormir’ na área espanhola e invalidou o golo de Bruno Fernandes, que poderia ter dado mais uma vez o empate à seleção.
Foi preciso esperar até aos 60 minutos para o marcador ficar empatado de novo. O golo foi de Cristiano Ronaldo, que até então estava a ter dificuldades em receber a bola na área, mas apareceu junto do segundo poste para desviar para o golo… mas a jogada é de Nuno Mendes, em mais um jogo para recordar.
O lateral do PSG tinha dito que, por ele, jogava sempre na Allianz Arena, palco onde conquistou a Liga dos Campeões há 15 dias e onde ajudou Portugal a vencer a Alemanha e conquistar o direito a jogar de novo no relvado do Bayern Munique, desta vez com a Espanha. E que jogo fez Nuno Mendes…
Yamal e Nico Williams foram-se apagando. De la Fuente mexeu na equipa pela primeira vez aos 74 minutos e trocou de maestros.
Pedri por Isco e Fabián Ruiz por Merino. Seis anos depois do seu último jogo, Isco entrou e obrigou logo Diogo Costa a voar para impedir que La Roja voltasse a liderar o marcador. Era cada vez mais evidente que ambas as equipas estavam preparadas para ter paciência e jogar mais meia hora, apesar do cansaço ser evidente e alguns jogadores.
Cristiano Ronaldo deu sinais de estar esgotado fisicamente e foi substituído por Gonçalo Ramos, saindo aplaudido de pé por portugueses e espanhóis. Já com Rafael Leão em campo, o extremo do AC Milan ganhou um livre direto perigoso, que Bruno Fernandes desperdiçou a fechar o jogo.
No início do prolongamento, uma perdida incrível de Gonçalo Ramos acabou por motivar a equipa portuguesa para uma grande primeira parte e uma gestão meticulosa nos últimos 15 minutos.
A equipa sabia que podia contar com Diogo Costa para segurar, pelo menos, um penálti e foi isso que o guarda-redes fez, perante Morata, o capitão de La Roja que, assim, passou o troféu a Portugal e Ronaldo, depois do penálti decisivo de Rúben Neves.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Kai Pfaffenbach / Reuters