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Tomada de posse. Luís Montenegro declara “guerra à burocracia” e lança avisos sobre imigração

Luís Montenegro e os 16 ministros que escolheu para formarem o seu Executivo tomaram posse esta quinta-feira no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

No seu discurso, o primeiro-ministro declarou “guerra à burocracia”, disse não haver outro caminho para o país senão a criação de riqueza e lançou avisos sobre imigração e segurança.

“Com a sua particular e profunda sabedoria, o povo português falou e decidiu reforçar a confiança no projeto político que lideramos”, declarou no início do discurso de tomada de posse.

“É com humildade que ouvimos e entendemos a confiança que foi endossada às oposições, que respeitaremos e escutaremos, procurando as convergências que as pessoas reclamam”.

O chefe de Governo vincou ainda que “a estabilidade política é uma tarefa de todos”, pelo que “a todos se exige lealdade, diálogo, maturidade e espírito construtivo. O país precisa de quem quer construir, e não de quem só pensa em destruir”.

Na visão de Montenegro, “transformar Portugal é o caminho para combater a pobreza em todas as suas expressões” e isso apenas acontece “criando riqueza”. “Não há outro caminho”, sublinhou.

“O crescimento da economia e a criação de riqueza são, portanto, o resultado e a ambição número um do Governo para alcançarmos o objetivo supremo que é o bem-estar das portuguesas e dos portugueses”, continuou o primeiro-ministro.

O social-democrata quer, nos próximos anos, “desbloquear os constrangimentos que limitam a nossa capacidade de crescer”, nomeadamente “o excesso de burocracia, o excesso de regras, a morosidade das decisões, a falta de agilidade do Estado”.“Quero declarar hoje aqui, solenemente, guerra à burocracia”, destacou.

O primeiro-ministro falou ainda acerca do novo Ministério da Reforma do Estado, assinalando que “a reforma do Estado é mesmo para fazer”.

“Ao criar um ministério para promover e superentender, sob a minha responsabilidade direta, esta transformação, fica muito claro que todos os departamentos (…) serão chamados a colaborar neste objetivo nacional”, explicou.
Imigrantes “terão de cumprir regras”

O discurso do primeiro-ministro focou-se também na imigração, com Luís Montenegro a alertar que os imigrantes que escolherem Portugal “para viver e trabalhar (…) terão de cumprir regras à entrada e na permanência no nosso país”.

“Esse é o pressuposto para lhes facultarmos um acolhimento digno e humanista, que é aquele que queremos assegurar”, elaborou.

“Recebemos de braços abertos quem venha trabalhar, acrescentar, quem respeita a nossa cultura e os nossos hábitos de convivência social. Mas, para se garantir o cumprimento das regras, também é necessário perceber que o seu incumprimento tem consequências que, neste caso, podem ir até ao retorno”.

Para Luís Montenegro, uma política migratória responsável, regulada e humanista é um elemento fundamental ao sucesso económico e à estratégia de criação de riqueza.

Considerou ainda que a segurança é um pilar da liberdade, da tranquilidade, do exercício dos direitos, da qualidade de vida, sendo “um ativo económico”.

“Portugal é um país seguro, mas vale ouro para todos nós preservar Portugal como um dos países mais seguros da Europa e do mundo”, declarou.

Defesa com 2% do PIB “se possível já este ano”

O primeiro-ministro anunciou ainda que Portugal vai antecipar o objetivo de atingir o investimento de dois por cento do PIB em Defesa “se possível já este ano”, sem pôr em causa as contas certas ou funções sociais.

Luís Montenegro avançou que este plano será ultimado “nos próximos dias” e desenvolvido “nos próximos anos”, assegurando que dele dará “conhecimento prévio aos dois maiores partidos da oposição”.

“Nesse contexto, apresentarei na próxima cimeira da NATO a antecipação do objetivo de alcançarmos dois por cento do PIB nos encargos desta área, se possível já este ano de 2025”, afirmou.

“Um plano realista que não porá em causa as funções sociais e o equilíbrio orçamental”, assegurou o primeiro-ministro.

Fonte: www.rtp.pt

Crédito da imagem: Reuters