Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.

Festa de Portugal promete agitar Santos, a cidade mais portuguesa do Brasil; conheça mais sobre esta relação histórica

Se você acessar o Google e pesquisar qual a cidade brasileira mais portuguesa, a resposta é Santos, que também é mencionada como uma das “mais portuguesas do mundo”.

A resposta não se restringe a números. Mas poderia ser. Atualmente são cerca de 50 mil cidadãos portugueses ou luso descendentes espalhados pela região, com potencial de chegar em breve a 90 mil, considerando os descendentes com condições de obter a dupla nacionalidade.

A presença lusitana em Santos sempre foi muito forte. Em 1895, quando o Centro Cultural Português foi inaugurado, 60% da população da cidade eram de portugueses.

Atualmente, o Consulado Português em Santos tem o terceiro maior contingente do País, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro, e superando outras capitais.

Explicar essa relação é até fácil, já que Santos foi fundada pelo português Braz Cubas, mas dos cerca de um milhão de portugueses que cruzaram o oceano até a década de 60, chegando pelo Porto de Santos, muitos logo se identificaram e resolveram ficar por aqui.

A paixão à primeira vista deu alma portuguesa à cidade, que cresceu com o apoio da comunidade lusitana. Santos é a cidade brasileira mais portuguesa pelo carinho, respeito, pela sua cultura, comércio, moradores e gastronomia.

No final de semana, a tradicional Festa de Portugal chega à 16ª edição com dois dias de programação (7 e 8), das 10h às 20h, no Centro Histórico. E se no ano passado, 35 mil pessoas curtiram com shows de fadistas, grupos musicais e ranchos folclóricos, além de comidas, bebidas e doces típicos, a expectativa neste ano é maior.

 

A festa ganhou um caráter ainda mais importante, visto que as celebrações oficiais do Dia de Portugal das cidades sob jurisdição do Consulado Geral de Portugal em São Paulo serão transferidas para o evento santista, com presença das autoridades locais e do governo lusitano.

No sábado (7) será realizada solenidade de outorga da Medalha e do Diploma de Mérito José Bonifácio ao Escritório Consular de Portugal em Santos, às 10 horas, na Sala Princesa Isabel.

É a maior honraria municipal concedida pela Prefeitura de Santos, um reconhecimento a toda a comunidade lusitana da cidade. O evento integra as comemorações oficiais do ‘Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas’ da área de jurisdição do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, com presença do Cônsul-Geral de Portugal em SP, António Pedro Rodrigues da Silva.

“Meu pai, assim como tantos imigrantes, veio de Portugal para construir sua vida em Santos. Nossa Cidade é assim: terra com traços marcantes da cultura e da determinação dos portugueses. Um município de braços abertos ao mundo e ao Brasil por meio de seu porto. Local de convergência e de efervescência cultural, que dão o tom de nosso DNA”, disse o prefeito Rogério Santos.

Da fundação aos empresários que investiram na Cidade. Da ocupação nos morros, a paixão pelo bolinho de bacalhau e pela Briosa, confira marcas importantes da relação entre Santos e Portugal.

A FUNDAÇÃO

Portuense nascido em 1507, Braz Cubas, navegador e explorador, veio com Martim Afonso de Souza em 1532 para dar início ao processo de colonização do Brasil e com a missão de fundar vilas e formar povoados no litoral de São Paulo.

Ele recebeu as terras definidas como a cidade de Santos. Iniciou o povoamento nas proximidades de um pequeno morro conhecido hoje como Outeiro de Santa Catarina, no Centro Histórico.

Além de construir a Capela de Santa Catarina, Braz Cubas ergueu um pelourinho onde eram fixados os editais, as leis e as normas que os moradores deviam seguir, transferiu o porto do lugar que conhecemos como Ponta da Praia para a região onde se formava o povoado, criou o Engenho dos Erasmos, ainda na década de 1530, do qual ainda existem ruínas e referências de sua existência, na Zona Noroeste.

Em 1543, funda a Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos, a primeira do Brasil.

Em 1546, Braz Cubas assina um documento chamado Foral de Vila, que eleva o povoado à categoria de Vila, que passa a ser cidade em 26 de janeiro de 1839. Ele faleceu em março de 1592, em sua cidade natal.

PORTUGUÊS INFLUENTE

O povoamento começou com seus próprios familiares: Luiz de Góis, Catarina de Aguillar, Domingos Pires, Pascoal Fernandes. Entre as outras pessoas, um dos mais influentes foi o dono de comércio e proprietário de navio Joaquim Manoel Ferreira Neto, que construiu a Casa de Frontaria Azulejada, em 1865.

É uma das mais significativas obras arquitetônicas de Santos, feita para servir de residência e armazém ao comendador. O prédio, com dois pavimentos, ficou conhecido pela sua fachada de influência neoclássica formada por azulejos em alto relevo importados de Portugal.

Também, como símbolo da presença arquitetônica neoclássica portuguesa está o Casarão do Valongo, que atualmente abriga o Museu Pelé.  Foi construído em meados do século 19 junto à Estação Ferroviária pelo comendador.

Foi elaborado em duas partes: a primeira, em 1867, construiu-se o bloco voltado para a Rua Tuiuti; na segunda, em 1872, o bloco voltado para a Rua do Comércio, este último sendo concluído pelo sócio do comendador, Luís Guimarães.

MATHIAS E ANNA COSTA

Muitos dos portugueses que chegaram ao Brasil eram abastados e vieram para investir capital. É o caso do português Mathias Casimiro Alberto da Costa, casado com Anna Costa (que deu nome a uma das principais avenidas de Santos).

Ele batizou um dos bairros mais importantes da Cidade, a Vila Mathias, abriu a Avenida Ana Costa e implantou o primeiro bonde seguindo do Centro para a praia.

E é na Vila Mathias que nasce a comunidade fadista, com heranças arquitetônicas como imóvel do Centro Português, da Casa da Madeira e da Sociedade Portuguesa de Beneficência.

Com forte aptidão para o comércio, os portugueses se espalharam pela Cidade abrindo inúmeros estabelecimentos como mercearias e bares.

PORTUGUESES OCUPAM OS MORROS

O Morro da Nova Cintra teve sua ocupação no início do século 16. A área era usada para plantação de cana-de-açúcar. Em 1533, no sopé, foi construído o histórico Engenho dos Erasmos, na Vila São Jorge, para onde o produto era levado.

Neste período, o local foi ocupado por imigrantes portugueses – que introduziram técnicas próprias de construção, e no século 19, foi batizado de Nova Cintra por nativos da cidade de Sintra, em Portugal, pela semelhança topográfica.

SÃO BENTO – A relação dos portugueses com o Morro São Bento é marcada pela sua presença e influência na história e na cultura do local. Entre os primeiros moradores, destacam-se famílias vindas da Ilha da Madeira, que contribuíram para a organização do Morro, implantando escadas, ruas e caminhos de acesso.

Além disso, a comunidade madeirense é conhecida por tradições como o bordado, que é um importante elemento cultural e artístico.

O São Bento ainda preserva tradições portuguesas, como o Rancho Folclórico Típico Madeirense, as bordadeiras, e a Paróquia Nossa Senhora da Assunção.

PACHECO – Começando a ser ocupado nos anos 1920 por imigrantes portugueses, o Morro do Pacheco garantiu por muitos anos aos então moradores uma vista privilegiada para o crescimento da Região Central da Cidade no início do século 20. Pouco depois, chegaram os migrantes nordestinos.

Originalmente a área recebia a denominação de Chácara do Barreiro, mas com o tempo incorporou o sobrenome Pacheco de um cidadão português que comprou significativa quantidade de terras em leilões públicos no local. A presença lusitana marcou muitas festas típicas, lendas e a cultura local.

CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS

É uma entidade formada por imigrantes portugueses e está situado em Santos. Sua criação em 2010 resultou da fusão entre o Centro Português de Santos, estabelecido em 1895, e a Sociedade União Portuguesa, fundada em 1928.

Originalmente denominada Real Centro Português, a associação foi fundada em 1º de dezembro de 1895. Seu propósito era oferecer atividades educativas, literárias, recreativas e sociais para os imigrantes portugueses na cidade.

A sede do centro foi edificada entre 1898 e 1901, conforme o projeto dos engenheiros portugueses Ernesto Maia e João Esteves Ribeiro da Silva, que conceberam o edifício em Portugal. O estilo escolhido foi o neomanuelino, que recria a arquitetura predominante em Portugal durante a Era dos Descobrimentos. Isso se reflete na decoração externa do edifício, caracterizada por janelas e portais, bem como na platibanda decorada da cimalha.

O salão nobre no interior do centro se destaca, apresentando pinturas com temática camoniana inspiradas em “Os Lusíadas”, realizadas pelo pintor espanhol A. Fernández.

RANCHOS PRESERVAM MEMÓRIA

Quem visita o local se sente numa verdadeira viagem no tempo, com livros, obras de arte e até mesmo uma caixa que guarda a terra do Castelo de Guimarães.

O espaço cumpre o papel de não deixar as lembranças de Portugal se esvaírem. A missão do Centro Cultural Português também é a dos ranchos folclóricos de Santos: preservar a memória.

No total, a cidade abriga sete grupos: Grupo Folclórico Cruz de Malta, Rancho Veteranos Apaixonados pelo Folclore, Rancho Folclórico Verde Gaio, Rancho da Escola Portuguesa, Rancho Folclórico A. A. Portuguesa, Rancho Folclórico Tricanas de Coimbra e Rancho Folclórico Típico Madeirense.

Cerca de 240 participantes se dividem entre eles (e também há um grupo em Praia Grande). Têm o objetivo de manter as tradições lusitanas vivas.

Para isso, o trabalho consiste em apresentações que mesclam dança, música e roupas tradicionais de época.

A SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICÊNCIA

A Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos foi criada em 1859 por um grupo de 20 portugueses liderados por José Joaquim de Souza Airam Martins.

O objetivo era dar assistência aos conterrâneos sem parentes e sem dinheiro que chegavam ao porto, que virou um lugar inóspito, com epidemias e doenças. A proposta era dar assistência através de  alimentação, emprego e moradia, mas o objetivo precisou ser alterado.

Em 1868, o português Antônio Ferreira da Silva e sua esposa, Maria Luísa Ferreira da Silva doaram um terreno no Paquetá. O grupo deu início a construção de um hospital que atendesse a todos. Dificuldades financeiras fizeram com que a obra fosse inaugurada em 1878.

Mas com o crescimento da Cidade e do porto, a área úmida onde estava o hospital, conhecida como “Bexiguentos”, pois abrigara uma unidade na qual eram recolhidas vítimas de varíola, tornou-se inadequada para atendimento aos pacientes.

Vem uma nova campanha, desta vez para a mudança do hospital e consequentemente da sede da Sociedade Portuguesa de Beneficência. Após muitas discussões, o sócio benemérito Antônio Marques Bento de Sousa sugeriu que o terreno para a construção deveria ser adquirido pelos portugueses residentes em Santos e oferecido à Beneficência.

O autor da proposta, de imediato, prontificou-se a doar uma vultosa quantia. A campanha se espalhou e contou com a participação de muitas empresas, propiciando a compra de uma quadra de frente para a Avenida do Canal (atual Av. Bernardino de Campos) de propriedade de Belmiro Ribeiro de Morais e Silva.

As obras começaram imediatamente sob a responsabilidade do engenheiro e escritor português Ricardo Severo. Em 15 de outubro de 1922, foi lançada a pedra fundamental da futura edificação, com obra iniciada a seguir.

Em apenas quatro anos, o imenso terreno coberto de mato deu lugar a um palacete em estilo neocolonial, que até os dias atuais é referência na Cidade. A inauguração ocorreu em 1º de dezembro de 1926.

Em 2012, o palacete neocolonial da Beneficência foi tombado pelo Condepasa (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos).

Com fachada e setores internos do Hospital Santo Antônio, inaugurado em 1926 (edifício que abriga entre outras áreas, a administrativa) tombados, o prédio da Beneficência Portuguesa de Santos que mantém suas características originais, tem sua identidade e peculiaridades arquitetônicas preservadas, garantido às futuras gerações, a presença de tão importante instituição, criada e mantida sob égide da solidariedade, uma das marcas de sua origem portuguesa.

PORTUGUESA SANTISTA

Tudo começou em 1914. A população de Santos se agitava com as agremiações criadas por italianos, espanhóis e sírios que moravam na cidade. Mas foi ao observar atentamente a uma partida de futebol do Hespanha Futebol Clube que alguns “canteiros” portugueses, trabalhadores da pedreira do bairro Jabaquara, se entusiasmaram com a criação de sua própria agremiação.

A ideia se consolidou somente em 1917, devido a várias reuniões de portugueses que se encontravam com frequência, ao final das tardes, em um salão de barbearia do senhor Alexandre Coelho, situado na rua Dr. Manoel Carvalhal, que mais tarde se tornaria a rua Joaquim Távora.

Numa destas reuniões, o português Lino do Carmo perguntou aos seus conterrâneos sobre a hipótese de fundar um clube de futebol para representar a colônia portuguesa em Santos. Todos concordaram, mas entraram em discussão quanto à escolha do nome do clube.

Manoel Ribeiro, um dos fundadores, sugeriu que a nova agremiação se chamasse Futebol Clube de Portugal. Lino no Carmo, Antonio Peixoto e Albino Marques, por outro lado, optaram por não usar o nome do país lusitano devido à dúvida quanto ao êxito do projeto. Todos resolveram, então, criar uma associação portuguesa destinada a atletas.

O novo clube de Santos foi batizado com o nome “Associação Atlética Portuguesa”, hoje carinhosamente chamado de Portuguesa Santista ou Briosa.

Após fundar a agremiação portuguesa, que já contava com 37 associados, foi formada a primeira diretoria. Com tudo já encaminhado, faltava um detalhe importante: o uniforme dos jogadores.

O clube decidiu adotar o vermelho e o verde como cores, numa alusão à bandeira de Portugal. Na camisa do goleiro, haveria o escudo das armas portuguesas. Em 1941, a Portuguesa Santista se tornaria um dos clubes fundadores da Federação Paulista de Futebol,

A Escola Portuguesa foi fundada em 24 de julho de 1921 por um grupo de portugueses, na região central de Santos, que no início do século passado era um local nobre, onde moravam as famílias mais abastadas da cidade. Com o passar dos anos, a região foi se desvalorizando e passou a ser ocupada por famílias de baixa renda.

Como já não estava mais cumprindo o propósito para a qual tinha sido fundada, em 1971, a instituição precisou interromper suas atividades.

Após quase 15 anos, em 1986, representantes da comunidade luso-brasileira, comprometidos com a cultura e com a história da entidade, decidiram reabrir o estabelecimento, assumindo sua direção.

Nesta segunda fase, a Escola Portuguesa passou a atender, exclusivamente, crianças em situação de vulnerabilidade. Atualmente, atende 120 alunos com idades entre três e seis anos, residentes nas áreas do Paquetá, Vila Nova, Centro e Monte Serrat.

A manutenção da Escola Portuguesa é feita com a contribuição de padrinhos, muitos deles da comunidade portuguesa, que contribuem com 30% das despesas.

A Prefeitura de Santos prove uma subvenção que representa 40%, os 30% restantes são apurados através de eventos promovidos pela Escola: almoços, jantares, festas como o “Dia de Portugal”, para suprir e complementar a necessidade financeira.

CASA DA MADEIRA

A Casa da Madeira, fundada em 15 de abril de 1934, era chamada de “Centro Beneficente Madeirense”, que durante muitos anos cumpriu papel social de grande importância, pois acolhia os madeirenses que chegavam ao Brasil com poucos recursos.

Em determinado momento suas atividades sofreram dificuldades, onde se perdeu grande parte dos associados, o Centro Beneficente, localizava-se na Rua Dr. Cochrane.

Mas na década de 50, um novo grupo de madeirenses acrescido dos remanescentes: Manoel da Silva Sobrinho, Nicolau Câmara, Henrique Serrão, Antônio Policarpo da Luz, Abílio Policarpo da Luz, Francisco Gonçalves Garcia, Antônio Araújo de Freitas, José Adelino Pereira Gomes, José de Sousa e outros mais se reuniram e formaram uma “Junta Governativa”.

Com trabalho intensivo reativaram o “Centro Beneficente Madeirense” e depois, em assembleia, deram o novo nome à entidade: Casa da Madeira.

José de Sousa, e outros mais que, como primeiro presidente da Casa da Madeira de Santos, comprou com seus recursos e dos amigos de diretoria, a sede social da Rua Júlio Conceição 169.

FORTALECIMENTO DOS LAÇOS

José Bonifácio de Andrada e Silva, o “Patriarca da Independência”, era um santista que manteve fortes laços com Portugal, através de seus estudos na Universidade de Coimbra, o que demonstra a importância da influência portuguesa na história de Santos.

Santos tem até hoje vários pactos de irmandade com cidades portuguesas, incluindo Coimbra (desde 1980), Funchal (desde 1988), Ansião, Arouca, Porto, Viseu e Lousã (desde 2019).

GRANDE EMPREENDEDOR PORTUGUÊS EM SANTOS

Um dos exemplos de portugueses que fizeram a diferença em Santos é o empresário e economista Armênio Mendes. Ele morreu, aos 73 anos, em 2017, após luta contra o câncer.

Armênio saiu de Portugal e desembarcou no Porto de Santos com 18 anos, em 1963. Ele trazia na bagagem suas ferramentas de marcenaria e pouco dinheiro. Armênio foi morar com o tio, em Vicente de Carvalho.

Seu primeiro negócio foi a abertura de uma oficina de bicicletas e um estacionamento 24 horas para atender os trabalhadores que utilizavam esse meio de transporte na região.

Em 1975, ele entrou na área de construção e fundou a Miramar Construtora, a 1ª empresa das que hoje formam o grupo Mendes, dono dos shopping centers Miramar Shopping, Praiamar Shopping e do Brisamar Shopping, bem como de hotéis, centros de convenções e prédios.

Para começar, vamos falar sobre o prato português mais tradicional em Santos: bolinho de bacalhau. Essa é uma iguaria que pode ser facilmente encontrada em qualquer bar da cidade. Mas dois disputam o título do melhor bolinho de bacalhau de Santos: o cinquentenário Bar Goiás e o Bar do Toninho.

Entre os restaurantes, o mais conhecido é a Tasca do Porto. Situado a poucos metros da Bolsa do Café, no Centro de Santos, onde os paralelepípedos da rua e a calçada de mosaico português remetem às ruas da cidade do Porto ou Lisboa.

A viagem se faz completa através do cardápio, composto por pratos elaborados com receitas originais da culinária lusitana, com várias opções à base de peixe e frutos do mar, como o bacalhau, a nossa especialidade. Receitas tradicionais, como o Bacalhau à Lagareiro, dividem espaço com pratos triviais, para quem procura um almoço diferenciado para o dia a dia.

Toda primeira quarta-feira do mês, acontece uma Noite de Fado. Uma noite especial com muito fado e deliciosos pratos típicos portugueses.

Outro restaurante é o Lagar, no térreo do Sheraton Santos Hotel. O cardápio do chef Erick Domenico tem releituras de clássicos portugueses, todos feitos com produtos de produtores e pescadores da região.

De acordo com o profissional, a inspiração para a criação dos pratos nasceu nas longas ceias familiares do país. Entre os destaques estão, por exemplo, as sardinhas (na entrada).

E as opções de prato principal têm o bacalhau como estrela, em diversos formatos. Mas também é possível se deliciar com coração de pupunha assado, arroz de mariscada (foto), barriga de porco, polvo grelhado e muitos outros pratos.

REVITALIZAÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

A Rua República Portuguesa, na Vila Mathias, segue sendo transformada em mais uma atração turística da Cidade. O projeto revitaliza mais um símbolo da região central e enfatiza as identidades portuguesa e africana presentes na rua, com 140m de extensão.

Pedras portuguesas formam elementos decorativos nos passeios acessíveis da via, onde se encontra a Igreja de Santa Josefina Bakhita, religiosa que nasceu em 1869 no Sudão, e sobrados geminados com detalhes originais do início do século 20.

Para completar, as extremidades da via, que começa na Campos Mello e termina na Silva Jardim, agora contam com um prolongamento das calçadas, formando largos, que também receberão decoração em mosaico, remetendo, respectivamente, às culturas portuguesa e africana.

Fonte e crédito das imagens: Prefeitura Municipal de Santos

Texto: Thadeu Aguiar