Um hotel escola para o Centro do país é uma das propostas que o novo presidente da comissão executiva da Turismo Centro de Portugal (TCP), Rui Ventura, apresentou no discurso da tomada de posse em Aveiro esta terça-feira, para que o setor dê uma “resposta especializada” com “recursos humanos qualificados”.
Rui Ventura, que suspendeu o mandato como presidente da Câmara de Pinhel, foi empossado ao final da manhã de ontem presidente da comissão executiva da Entidade Regional Turismo Centro de Portugal, numa cerimónia que decorreu no Parque de Exposições de Aveiro.
Sucede no cargo a Raul Almeida, falecido em dezembro último, e para além das propostas apresentadas, também fez um discurso para dentro da TCP, transmitindo que vai “ouvir e ponderar as posições dos profissionais do setor”.
Sobre o hotel escola, não foi direto ao assunto, mas começou por justificar a sua criação. Será um estabelecimento de formação de profissionais que possa “agarrar as oportunidades e atrair turistas pela diversidade”.
Num “território ímpar com pessoas de estirpe notável”, o segredo pode estar no “cuidado de conservar o que é melhor” e, como fim, desenvolver a “indústria da hospitalidade”.
O agora líder da TCP destacou, no seu discurso as pessoas, os sabores da gastronomia, o património natural e arquitetónico.
“O que mais me acicata são as nossas gentes, a sua autenticidade com que dão ânimo e tranquilidade ao turista”.
De acordo com Rui Ventura, a Turismo Centro de Portugal irá continuar a trabalhar “sem descanso” no turismo de sustentabilidade ambiental, acompanhando os novos tempos e “a necessária prosperidade com a inevitável e fraturante agenda de descarbonização”.
“Não podemos, por hábitos arreigados ou comodismo egoísta confiscar o futuro dos nossos filhos e netos”, sustentou.
Aos presentes disse também que é necessário alterar velhos paradigmas, nomeadamente na mobilidade dentro do território e para o território. “O Centro de Portugal tem condições únicas para ser alavanca de desenvolvimento para todo o Portugal”, justificou.
Segundo Rui Ventura, é ainda importante refletir sobre a estratégia de posicionamento da marca turística associada à região Centro.
“A comunicação do destino é uma delas e devemos centrar a nossa atenção numa das ferramentas em que tem assentado essa comunicação: o mapa turístico para o mercado nacional e internacional. Considero a renovação deste mapa fundamental para uma mais adequada promoção da região Centro”, defendeu.
Rui Ventura afirmou ainda que a Turismo do Centro de Portugal deve continuar a apostar em novos modelos de comercialização, distribuição, monitorização e auditoria do destino turístico. Deve também “aprofundar ainda mais” a relação com as regiões vizinhas espanholas de Castela e Leão, Extremadura e a Comunidade de Madrid.
Dirigindo-se ao secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, presente na cerimónia, apelou a uma reforma da Lei n.º 33/2023, que estabelece os regimes jurídicos das áreas regionais de turismo de Portugal continental, a sua delimitação e características; e da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo.
Em resposta, Pedro Machado admitiu que a revisão da legislação “não ficou perfeita” e cria uma “barreira na gestão das entidades regionais do turismo”.
Quanto a relações externas, Pedro Machado elevou a fasquia, defedendo que “a ambição é muito maior”, olhando para a captação de turistas da Coreia do Sul ou China.
O governante destacou ainda os bons resultados de 2024, com os 31 milhões de turistas estrangeiros que Portugal recebeu, o registo de 80 milhões de dormidas e as receitas de 27, 6 mil milhões de euros.
Fonte: Diário de Leiria / Portugal
Crédito da imagem: Eduardo Pina