O Presidente da República fez esta quarta-feira um balanço daquilo que considerou ser um “processo muito rápido” em torno do primeiro-ministro, que, lembrou, começou “na base de uma série de dúvidas suscitadas pela comunicação social” e que levou a que os “protagonistas políticos” se tivessem levantado.
Nas contas de Marcelo Rebelo de Sousa, e equacionando a probabilidade de haver eleições legislativas antecipadas, a data possível seria “entre 11 e 18 de maio”.
Marcelo Rebelo de Sousa reagiu assim à votação da moção de censura do PCP ao Governo, chumbada pelo Parlamento, e que originou, por parte do primeiro-ministro, o anúncio de que o seu Executivo apresentará, ainda esta semana, uma moção de confiança.
À exceção do PSD e do CDS, todos os partidos confirmaram que iriam votar contra a eventual moção de confiança.
O Presidente da República fez uma descrição exaustiva de toda a cronologia dos eventos que levram agora ao anúncio da moção de confiança por parte do Governo e destacou que tudo “começou há um mês e poucos dias”.
Marcelo, em Viseu, fez algumas contas de cabeça enquanto explicava que o primeiro-ministro não pode estar em Portugal nesta quinta-feira, por haver Conselho Europeu.
“O conselho de ministros reune na sexta-feira”, apontou, o que, “se admitirmos que [a moção de confiança] entra no mesmo dia” no Parlamento, esta discussão será agendada “para quarta-feira”.
Face a este cenário, o Presidente da República disse que irá “cancelar a visita de Estado” que estava programada à Estónia.
“A moção de confiança é muito mais importante isto”, desabafou.
No entanto, Marcelo não quis estar a especular cenários futuros, ainda que garanta estar a preparar-se para todos.
“Irei esperar pelo anúncio e pelo debate da moção de confiança.”
“Das duas uma: ou é aprovada ou é rejeitada”, lançou, antecipando o cenário em que o governo cai, com os votos desfavoráveis da maioria dos partidos com representação Parlamentar.
“[Se acontecer] imediatamente convocarei os partidos políticos para o dia seguinte e o Conselho de Estado dois dias depois.”
Apesar da equação, Marcelo reiterou que não se pronunciaria “sobre as previsões dos vários partidos políticos”, até porque “o processo continua em curso”.
“Cada qual acaba por escolher o seu caminho.”
Enquanto fazia contas, Marcelo Rebelo de Sousa lembrava que “o mundo está como está, a Europa está como está, o Orçamento para este ano está aprovado”.
Entre as previsões que fazia, o chefe de Estado lembrou que “os partidos foram muito claros e apresentar a mesma liderança” a eventuais eleições legislativas antecipadas.
Para este cenário, Marcelo disse que “a primeira data possível é entre 11 e 18 de maio”.
“Tenho a obrigação de trabalhar em todos os cenários”, explicou, antes de rejeitar, por diversas vezes, apesar da insitência dos jornalistas, comentar posições dos partidos e do Governo.
“Não posso opinar sobre aquilo que está na cabeça dos políticos”, afirmou, acrescentando que “os processos são complicados”.
“O menos complicado disto tudo foi o facto de ter sido muito rápido”, sublinhou.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
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