A seleção nacional entrou com o pé direito no Mundial 2022 ao vencer o Gana por 3-2, na primeira jornada do grupo H, do qual assumiu desde já a liderança.
Após uma primeira parte sem golos, em que a melhor ocasião foi desperdiçada por Ronaldo, a equipa das quinas adiantou-se no marcador aos 65 minutos, na sequência de um penálti sofrido por Ronaldo, que o próprio se encarregou de transformar, tornando-se o primeiro jogador a marcar em cinco fases finais de Mundiais.
Não durou muito a alegria portuguesa, uma vez que oito minutos depois, André Ayew empatou o jogo. Fernando Santos lançou então Rafael Leão para o lugar de Rúben Neves e a seleção voltou a assumir as despesas do jogo, com João Félix a colocar outra vez Portugal em vantagem, após passe de Bruno Fernandes (78′), o médio do Manchester United ofereceu depois o 3-1 a Rafael Leão (82′).
Parecia que tudo estava decidido, mas em cima do minuto 90, os ganeses reentraram no jogo graças a um golo de Osman Bukari. Os minutos finais foram de sofrimento português, com o Gana quase a conseguir o empate quando um erro de Diogo Costa quase comprometeu tudo. Valeu o corte de Danilo.
Para Fernando Santos “o 3-2 não faz sentido nenhum”, uma vez que Portugal dominou. “Temos de tirar as coisas importantes, as muito positivas. Tivemos uma primeira parte não totalmente conseguida, mas com a equipa muito organizada, reativa à perda. O Gana não nos conseguiu incomodar. Jogaram com um bloco muito fechado”, reagiu o selecionador, após vencer o jogo de estreia no Mundial 2022.
No geral “em termos de transição ataque-defesa, Portugal esteve muito bem”, mas houve uma altura em que Fernando Santos viu um jogo “bloqueado”. “Nós, com segurança com bola, mas era uma segurança passiva, a trocar a bola atrás, invadimos o meio-campo do adversário mas voltámos para trás e a circular por fora e com pouca agressão. Estava a faltar isso. Melhorámos a partir dos 30/35 minutos. Nos últimos minutos criámos 3 ou 4 situações de grande perigo, com cruzamentos e entrada de jogadores…”
Resumindo: “O jogo não foi fácil. Não sendo fácil, a equipa preencheu melhor o jogo nos últimos 10 minutos da 1ª parte nas várias componentes do jogo. Em termos ofensivos, também foi uma equipa ofensiva e até ali nunca tinha criado. Disse aos jogadores ao intervalo que era preciso ter paciência mas tanta…O jogo estava tão bloqueado, se nós só temos paciência não vamos fazer golos. Eles perceberam e tentaram, entraram para o jogo para modificar o tipo de jogadas. Foi isso que aconteceu e o penálti surgiu dessa forma. Depois, sofremos golos que vínhamos do nada. Ninguém pode sofrer golos que vêm do nada”, explicou o selecionador nacional à CNN Portugal.
Com o empate no Uruguai-Coreia do Sul, Portugal pode apurar-se para os oitavos no próximo jogo se vencer os uruguaios. “São três pontos importantes. O empate não me interessa. Mais uma vitória e podemos seguir em frente”, admitiu Fernando Santos.
“No bom caminho para sermos campeões? Certo”
João Félix reconheceu que os ganeses “estavam muito mais organizados” na primeira parte: “Meteram-se muito lá atrás e quando assim é, contra uma equipa rápida, agressiva e lutadora, é difícil entrar na área deles.” Na opinião do jogador do At. Madrid, depois do primeiro golo, Portugal controlou o jogo durante alguns minutos e “sem pressa e com paciência para tentar chegar ao segundo golo: “Infelizmente eles fazem um golo do nada e lá tivemos de remontar outra vez e fizemos muito bem.”
Rafael Leão também marcou assim que entrou no jogo. “Era algo que procurava há muito tempo, mesmo que não fosse um golo, uma assistência. Estou muito contente, mas o mais importante é a vitória. Desde o início tivemos a iniciativa do jogo, procurámos o golo, fomos felizes e estamos de parabéns”, disse o jogador do AC Milan no final do encontro.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Odd Andersen / AFP