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Enfermeiros em protesto admitem novas formas de luta

No quarto dia de greve, os enfermeiros protestaram em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, pedindo a valorização da carreira. Reclamam o pagamento de retroativos a janeiro de 2018 e a paridade com os outros licenciados da Administração Pública.

“Iremos levar este protesto onde tivermos que levar para atingir os objetivos. Não podemos aceitar que os enfermeiros continuem a ser discriminados”, disse Guadalupe Simões, vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que convocou a greve e a concentração. “Se tivermos que continuar a lutar mais vários anos para resolver estas injustiças continuaremos a lutar”, afirmou.

“A nossa profissão não é valorizada”, disse ao JN Maurício, enfermeiro há 9 anos. “Queremos ter uma carreira digna. Em 14 anos, subimos apenas 11 euros do nosso salário”. Já Ana Nunes, enfermeira há 15 anos, assegura que o pagamento dos retroativos a janeiro de 2022, anunciado pelo Ministério da Saúde no início deste mês, não é suficiente. “O Governo recusa-se a pagar os retroativos a 2018 o que, no meu caso, vai representar cerca de 8000 euros em dívida e para alguns colegas meus 11 mil euros”.

Os enfermeiros com mais anos de trabalho protestavam também contra os efeitos do congelamento em relação a outros que iniciaram a carreira recentemente. “Com 25 anos de experiência, estou na primeira posição da carreira. Neste momento, o meu salário é o mesmo dos colegas que acabam hoje o curso.” confessou Sílvia, enfermeira no Centro de Saúde de Alcântara.

Questionados sobre as consequências da greve, nomeadamente o cancelamento de cirurgias, os enfermeiros garantiram que os serviços mínimos estão assegurados. “A vida dos utentes não está em risco”, afirmou Ana Nunes.

“Os enfermeiros fazem greve porque estão a lutar pelos seus direitos e pelos direitos dos utentes”, concluiu, defendendo que a greve é responsabilidade do Governo e não dos enfermeiros. De acordo com a tutela, serão abrangidos cerca de 20 mil enfermeiros pelo descongelamento da progressão salarial.

Fonte: Jornal de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: LUSA