O Sporting recebeu e venceu este domingo em Alvalade o Benfica, por 1-0, no jogo de estreia de Rui Borges como treinador, um triunfo com o selo de Geny Catamo (o autor do golo e o melhor em campo) que permitiu aos leões voltarem à liderança em igualdade pontual com o FC Porto.
Foi um Sporting dominador na primeira parte, num jogo em que o novo técnico jogou com um linha de quatro defesas (todos centrais) e com uma equipa muito agressiva nos primeiros 45 minutos. As águias ainda reagiram na segunda parte, mas foram incapazes de chegar ao empate e caíram para o terceiro lugar.
O dérbi tinha todos os ingredientes. Logo à partida perceber os efeitos da mudança de treinador na equipa leonina (que ficaram visíveis), depois do descalabro pós Ruben Amorim com a aposta em João Pereira que se revelou um rotundo fracasso (em pouco mais de 20 dias perdeu oito pontos em 12 possíveis no campeonato).
Depois, ver até que ponto Rui Borges ia colocar já algumas das suas ideias em prática, sobretudo a nível de uma mudança tática. E, por último, o aliciante para as duas equipas de, em caso de vitória, poderem passar o ano na liderança da I Liga.
Rui Borges optou pela prudência e não mexeu muito no figurino (o posicionamento tático da defesa foi rara exceção), pois apenas com três dias de treinos seria um risco fazer grandes alterações numa equipa que está rotinada há anos.
As novidades foram a inclusão de St. Juste na linha defensiva (em substituição de Debast) e de Morita (recuperado de lesão) no meio-campo. Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves e Daniel Bragança, já se sabia, foram baixas por lesão.
No Benfica, Lage reservou uma grande surpresa, ao apostar em Amdouni a titular como jogador mais adiantado no lugar de Pavlidis. De resto, como esperado, Otamendi juntou-se a Tomás Araújo no eixo defensivo e Florentino recuperou o lugar no meio-campo – ambos tinham sido poupados diante do Estoril.
O Sporting entrou muito melhor no jogo, mais pressionante e dominador, e com Catamo e Quenda (tornou-se o mais jovem leão a jogar um dérbi, com 17 anos e oito meses) nas alas a darem muito trabalho aos laterais do Benfica. Logo aos 2’, num bom lance de Catamo, a bola sobrou para Diomande que atirou ao lado.
Estava dado o primeiro aviso, perante um Benfica que quase nunca se conseguiu encontrar e mostrou sempre grandes dificuldades em travar a velocidade e agressividade do adversário.
Trubin começou a ser colocado à prova e depois de travar um remate de Trincão, aos 15’, evitou o primeiro golo do Sporting com uma grande defesa a remate de Quenda.
O máximo que o Benfica conseguiu até ao intervalo foi criar perigo num livre direto de Kökçu, aos 26’, ao qual Israel respondeu com uma grande defesa.
O Benfica tremia, tal a velocidade que os leões impunham, e aos 29’ o Sporting fez as bancadas de Alvalade explodir. Gyökeres ganhou um lance a Tomás Araújo, entrou na área e serviu Catamo, que sem dificuldades bateu Trubin – voltou a marcar ao Benfica, depois de ter bisado na época passada, no triunfo por 2-1 em Alvalade. Uma vantagem que se justificava.
Antes do intervalo, os leões estiveram perto do segundo, mais uma vez num lance em que Tomás Araújo facilitou e permitiu que Gyökeres rematasse com perigo de fora da área – valeu mais uma vez Trubin, com nova grande intervenção.
O intervalo chegou com um Sporting muito superior, a ganhar quase todos os duelos no meio-campo, a impedir as transições do Benfica (Carreras e Bah quase nunca conseguiram subir nas alas) e com muito mais oportunidades perante um adversário que parecia anestesiado.
Barreiro trouxe equilíbrio
Na segunda parte, Lage fez logo uma alteração, tirando o apagado Florentino e colocando em campo Leandro Barreiro, com o objetivo de dar mais consistência e profundidade ao meio campo que foi quase uma nulidade no primeiro tempo.
E resultou! Houve mais Benfica, e aos 56’ Bah esteve muito perto do empate, com um centro/remate que só a atenção de Israel impediu que acabasse no fundo das redes.
O Benfica foi crescendo, fruto também da melhoria do posicionamento dos jogadores, e Amdouni quase fez o empate as 61’, mas atirou por cima.
O Sporting foi uma sombra da primeira parte, deixando de ser a equipa dominadora, e no banco Rui Borges tardava em fazer alterações.
Que só aconteceram aos 72 minutos, com as entradas de João Simões, Maxi Araújo e Fresneda para os lugares de Quenda, Morita e Eduardo Quaresma. Lage respondeu logo a seguir com as entradas de Pavlidis e Beste, que renderam Amdouni e Aktürkoglu.
Já com Harder em campo, o Sporting voltou a ter uma boa oportunidade, num lance de Catamo (sempre ele) pela direita que foi mais uma vez anulado por Trubin. O mesmo Catamo, aos 85’, num lance de contra ataque, levou muito perigo, mas permitiu o corte de Carreras.
Com o jogo partido, o apito final chegou com o triunfo dos leões, que permitiu à equipa sair do estado moribundo em que se encontrava, à custa do efeito Rui Borges e do génio de Catamo.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Gerardo Santos