A viagem de Joe Biden já era histórica porque ao fim de 31 anos de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Angola, um presidente norte-americano foi visitar Luanda. Outra página foi escrita com uma escala na ilha do Sal, também a primeira visita de um líder dos EUA a Cabo Verde. Uma paragem para exaltar o país como um bom exemplo para África.
Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde, que qualificou a visita de “histórica”, manteve um encontro de 30 minutos com o presidente norte-americano.
No final, disse que a reunião é um “testemunho do reconhecimento global da importância estratégica de Cabo Verde” e que “valoriza o posicionamento geoestratégico de Cabo Verde na localização privilegiada entre o continente africano, o Brasil, os EUA e a Europa”.
Já a Casa Branca disse que os dois líderes “discutiram a crescente relação entre os EUA e Cabo Verde, reforçada pela vibrante diáspora cabo-verdiana nos Estados Unidos; o apoio às liberdades democráticas e aos direitos humanos; e o reforço da colaboração para aumentar a resiliência climática”.
Na reunião, o democrata manifestou o apoio à expansão do Conselho de Segurança das Nações Unidas para criar dois lugares permanentes para os países africanos. Nota ainda para o agradecimento de Biden a Cabo Verde pelo “apoio inabalável à Ucrânia” num continente em que a invasão da Rússia divide opiniões.
A administração Biden vê Cabo Verde como “uma excelente democracia e um bom modelo para a região”. As palavras são da secretária de Estado adjunta para os Assuntos Africanos, Molly Phee, quando o chefe da diplomacia, Antony Blinken, visitou o arquipélago, em janeiro.
Do Sal para Luanda, na última viagem ao estrangeiro de Biden enquanto presidente, onde foi recebido no tapete vermelho por Téte António, o ministro dos Negócios Estrangeiros angolano.
Uma aposta da administração Biden em procurar um parceiro forte em África e que se vai materializar com os investimentos no corredor do Lobito, uma linha ferroviária alvo de renovação e de expansão para a Republica Democrática do Congo e da Zâmbia, com o objetivo de levar até ao porto do Lobito minérios críticos para as novas tecnologias – caso do cobalto – em muito menos tempo do que até agora, e de caminho, impulsionar o desenvolvimento agrícola e das energias renováveis.
“Não estamos a questionar os países para escolherem entre nós, a Rússia e a China. Estamos simplesmente à procura de oportunidades de investimento fiáveis, sustentáveis e verificáveis, nas quais o povo de Angola e o povo do continente possam confiar, porque demasiados países confiaram em oportunidades de investimento duvidosas e estão agora endividados”, disse John Kirby, conselheiro de Biden, a caminho de Luanda.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Adam Schultz / Casa Branca