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Liga Europa: empate prolonga mau momento do FC Porto

A aposta final em Fábio Vieira, autor do segundo golo portista, ainda deu algum fôlego a um FC Porto em crise de ideias, lideranças e resultados, mas não chegou para afastar o cenário de crise.

Os dragões empataram com o Anderlecht (2-2) e somaram o quarto jogo consecutivo sem vencer. O ponto amealhado na quinta jornada da Liga Europa é mesmo a única coisa positiva da viagem à Bélgica do contestado Vítor Bruno.

“Lenços brancos? Sei o que faço e nunca serei um problema para o FC Porto”, atirou o treinador no final do jogo, ele que na véspera recebera uma mensagem pública de apoio de André Villas-Boas.

A questão agora é saber como o presidente e a estrutura do futebol portista olham para este empate, porque o treinador repetiu que “só se conquista algo com muito trabalho, crença e em cima da dor”.

Vítor Bruno sabia que um mau resultado diante dos belgas o colocaria perto da porta de saída ao 20.º jogo como técnico principal e fez cinco mexidas para repor as melhores opções no onze.

Diogo Costa, João Mário, Otávio, Galeno e Samu entraram para os lugares de de Cláudio Ramos, Tiago Djaló, Namaso, Fábio Vieira e Fran Navarro, que tinham sido apostas frente ao Moreirense, no jogo do adeus à Taça de Portugal.

E em defesa do treinador, hoje a sorte do jogo foi-lhe passando mensagens contraditórias, assim como a própria equipa, inconstante ao nível da intensidade, pressão e reação à perda.

Resumindo, a mudança de chip não aconteceu. Depois de uma derrota em Roma, outra na Luz e um dolorosa em Moreira de Cónegos que custou o adeus à Taça, um empate na Bélgica, onde as coisas até começaram bem, com um golo anulado ao Anderlecht logo aos 14 segundos.

O fora-de-jogo milimétrico de Kasper Dolberg disfarçou o erro de Otávio, que atuou no lugar de Tiago Djaló. Mesmo sem conseguir um jogo vistoso, a equipa foi conseguindo contrariar a entrada mais forte do Anderlecht e adiantou-se-se no marcador.

Aos 24 minutos, Galeno, de grande penalidade, fez o 1-0. Um golo que afastava alguns fantasmas e colocava o brasileiro junto a Samu nos melhores marcadores da equipa, com 12 golos.

A primeira parte resumiu-se a isso. Uma magra vantagem num jogo dividido e muito físico, que teria uma história bem diferente no segundo tempo.

No regresso do intervalo, o poste impediu Mats Rits de fazer o empate, que chegaria logo depois e com uma ajudinha. Farto de esperar que a bola lhe chegasse à ala, Pepê foi buscá-la junto à área, mas perdeu-se nas boas intenções e foi surpreendido por um roubo de bola de Rits, que serviu Degreef para o 1-1.

Foi o primeiro golo do jovem de 19 anos, que tem idade para marcar golos, mas não para fazer publicidade à casa de apostas na camisola do clube (segundo a lei belga) e por isso jogou sem o nome do patrocinador do Anderlecht.

Pepê ainda tentou redimir-se com um remate de meia distância, mas o talento para pensar o jogo estava no banco e só quando Fábio Vieira entrou o FC Porto ganhou algum ascendente. Mal entrou, o médio deu quatro toques na bola e colocou a equipa de novo em vantagem.

Um remate de meia distância que parecia ditar o resultado final e o regresso às vitórias. Mas Francis Amuzu tinha outra ideia e empatou de novo o jogo – a bola rematada em arco ainda tocou em Otávio antes de entrar.

Foi o 23.º golo sofrido pelo FC Porto em 20 jogos e isso também reflete uma fragilidade defensiva pouco habitual para os lados do Dragão, igualando o pior registo desde 1998-99.

Segue-se a receção ao Casa Pia, para o campeonato, na segunda-feira.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Olivier Matthys / EPA