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Montenegro insiste em que “o português passe a ser língua oficial da ONU”

Portugal vai candidatar-se a membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biénio 2027-28, revelou esta Luís Montenegro esta quinta-feira, na sua primeira intervenção na Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Move-nos contribuir para uma ordem mundial mais justa e inclusiva”, afirmou o primeiro-ministro, que falou em português.

“É com muito orgulho que falo em português. Além de ser o quarto idioma mais falado no mundo, a língua portuguesa é a língua oficial em 33 organizações internacionais. É legítima a aspiração desta comunidade de que o português passe a ser língua oficial da ONU”, vincou.

Portugal integrou o Conselho de Segurança, como membro eleito não permanente, nos biénios 1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012.

Ainda sobre o Conselho de Segurança, Montenegro defendeu uma “reforma”, sugerindo que a “sua composição está desatualizada”, uma vez que “algumas regiões não estão representadas”, dando o exemplo de Índia e Brasil, que querem ser membros permanentes.

O líder do Governo português também quer um “maior escrutínio do direito de veto, para que nenhuma parte do conflito não seja julgador ou julgado” e para “que o Conselho de Segurança seja eficaz”.

Montenegro iniciou a sua intervenção por dizer que “António Guterres pode contar com o apoio de Portugal” e falou sobre o “momento exigente” em que vivemos, “marcado pela confluência de múltiplos desafios e crescentes tensões geopolíticas”.

O governante salientou que a “agressão da Rússia à Ucrânia é uma violação do direito internacional” e manifestou profunda preocupação “com a situação humanitária e a escalada no Médio Oriente”.

“Condenamos os ataques terroristas do Hamas e não nos conformamos com o crescimento de vítimas em Gaza. É um urgente um cessar-fogo”, afirmou, defendendo uma solução de dois Estados na Palestina.

Ainda assim, Montenegro manifestou esperança, recordando que este ano se celebra o 50.º aniversário da liberdade em Portugal: “temos confiança na força da liberdade, do multilateralismo e da responsabilidade coletiva.”

“Portugal é um defensor intransigente do multilateralismo, por isso apoiamos o Pacto do Futuro, que reflete uma renovada fonte de esperança nos pilares das Nações Unidas: desenvolvimento sustentável e paz”, acrescentou, apostando ainda a “mediação de conflitos em África”.

O primeiro-ministro português quer “erradicar fome e pobreza” e combater o aumento das “clivagens socioeconómicas” e a fragilização da proteção dos direitos humanos.

Sobre a crise climática, referiu que Portugal apoia a “gestão sustentável dos oceanos” e está “empenhado em investir em renováveis”, porque as “alterações climáticas são ameaça existencial”.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Sarah Yenesel / EPA