Depois do Campeonato da Europa da Alemanha, prova em que ficou muito aquém do esperado, foi no Estádio da Luz que Portugal voltou a competir, ao estrear-se na Liga das Nações 2024/2025, onde integra o Grupo A1 com Croácia, Polónia e Escócia.
E uma vitória esta quinta-feira diante da Croácia é sempre moralizadora, por 2-1, com golos de Dalot e Cristiano Ronaldo, o 900 da carreira – Dalot marcou ainda… para os croatas -, sobretudo quando o adversário tinha vencido no último confronto entre ambos, também por 2-1, um jogo particular disputado no Estádio do Jamor de preparação para o Europeu alemão.
Mas cada jogo tem uma história para contar e este tem vários momentos. Os primeiros apontamentos, de resto, começaram logo a ser registados quando se conheceu o onze português.
Apesar das várias novidades na convocatória, Roberto Martínez recorreu com naturalidade a jogadores já perfeitamente identificados com as suas ideias, incluindo Pedro Neto que, apesar de pouco utilizado até agora, já integrou várias vezes o elenco chamado pelo técnico.
Assim, a uma linha de quatro na defesa (agora sem Pepe, que acabou a carreira e foi homenageado pela FPF, Martínez optou por Rúben Dias e Gonçalo Inácio no eixo), seguiu-se um trio no meio-campo, muito baixo, é certo, o que não deixa de ser um contra nas lutas pelos ares (Palhinha e Renato Veiga, dois rapagões, ficaram no banco…), mas com um virtuosismo muito acima da média, com Bernardo Silva na direita, Vitinha ao meio e Bruno Fernandes na esquerda, e três jogadores na frente, nas alas os velozes e desequilibradores Pedro Neto (direita) e Rafael Leão (esquerda), ao meio o inevitável CR7.
Com os dados lançados, interessava perceber, primeiro, que marcas poderia ter deixado o Europeu na equipa. Roberto Martínez tinha prometido energia e vontade de ganhar, uma equipa a jogar ao ataque, e Portugal começou desde logo com grande entusiasmo a tentar encontrar soluções para ferir a equipa croata.
Não aconteceu ao minuto 6, depois de Dalot ganhar a bola a Baturina, acabando Bruno Fernandes por testar a atenção de Livakovic, aconteceu ao minuto 7, depois de Bruno Fernandes assistir… Diogo Dalot, que assinou o 1-0 de pé esquerdo.
Um rude e madrugador golpe na experiente equipa croata, que se apresentou em 5 x 3 x 1 x1, ou seja, com a clara preocupação de povoar o meio-campo e tentar evitar, dessa forma, as aproximações de Portugal à sua baliza.
O facto de a seleção portuguesa chegar tão cedo à vantagem acabou por criar algum incómodo a uma Croácia que procura recuperar confiança – refira-se que os croatas nem sequer passaram a fase de grupos no último europeu, depois de terem sido finalistas na última Liga das Nações, acabando por perder com a Espanha, e disputado a meia-final do último Mundial, tendo caído aos pés da França, que se sagraria campeã.
A equipa de Zlatko Dalic passa agora por uma fase de reestruturação, mas nem por isso deixou de fazer pela vida e de procurar a baliza de Diogo Costa – Modric, ao minuto 13, assustou de longe, e Kramaric, aos 26’, atirou ao lado.
Um dos pontos fortes do futebol da Croácia passa pela posse de bola, mas só a espaços o conseguiu fazer – aconteceu à meia-hora de jogo, com Diogo Costa, com enorme defesa, a negar o golo a Kramaric, e por alturas dos 2-1, com um autogolo de Dalot na sequência de um ataque rápido dos croatas -, pois Portugal soube quase sempre guardá-la e trocá-la, com segurança, de pé para pé, o que criava natural incómodo no adversário.
E se, ao minuto 22, depois de passe de calcanhar de Rafael Leão, Cristiano Ronaldo obrigou Livakovic a defesa apertada, já aos 34’ o capitão assinou mesmo o 2-0, de primeira e de pé direito, a cruzamento da esquerda de Nuno Mendes. Marcou o golo 900 na carreira… e ajoelhou-se. É obra! Na primeira parte, refira-se, Pedro Neto ainda atirou à trave.
Roberto Martínez operou depois algumas alterações ao intervalo, provocando algumas nuances táticas na equipa, mas o jogo pouco mudou: Portugal a dominar, a Croácia, que nunca desistiu do jogo, sempre atenta (acabou mesmo o jogo a apertar Portugal…), mas a segunda metade não foi tão animada como a primeira – salve-se os minutos 66, quando Bruno Fernandes tentou a sorte de longe, mas Livakovic estava atento; 76, quando Matanovic, bem colocado, rematou ao lado; e 83, quando um remate de Nélson Semedo foi desviado para canto.
Nota ainda para o facto de Pote ter jogado os últimos minutos.
Contas feitas, Portugal reaparece a ganhar e a cantar “é o bicho, é o bicho” em homenagem a CR7 – é assim que é apelidado, carinhosamente, por aqueles que lhe são mais próximos. Segue-se a Escócia, domingo (às 19.45, hora Lisboa).
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Gerardo Santos