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Salário médio cai 4,7% em termos reais

Os salários continuam a não conseguir acompanhar a inflação. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a remuneração média caiu 4,7% em termos reais, no terceiro trimestre, agravando-se a perda de poder de compra dos portugueses.

Entre julho e setembro, o ordenado médio até subiu 4%, em termos absolutos, face ao valor registado há um ano, mas a inflação “comeu” esse reforço.

Em maior detalhe, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador registou um aumento homólogo de 51 euros para 1.353 euros, tendo a componente base crescido 3,7% e a componente regular (que exclui subsídios de Natal e férias) 3,8%, para 1.076 euros e 1.145 euros, respetivamente.

De notar que todas essas variações são superiores às verificadas no trimestre anterior, o que significa que, em termos absolutos, houve até uma aceleração da subida dos salários.

No entanto, a escalada dos preços acabou por “absorver” essa valorização e, em termos reais, os trabalhadores acabaram por ver os seus rendimentos diminuídos. “Em termos reais, tendo como referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total média diminuiu 4,7%”, indica o gabinete de estatísticas. E tanto a componente base como a regular recuaram 4,9% por causa da inflação.

Esta informação diz respeito a 4,5 milhões de postos de trabalho, que correspondem aos beneficiários da Segurança Social e aos subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

Este não foi o primeiro trimestre em que os portugueses viram o seu salário real cair. Por exemplo, entre abril e junho, o ordenado médio, em termos absolutos, subiu mais de 3%, mas em termos reais recuou 4,6%.

Face à escalada dos preços, o Governo tem lançado alguns apoios para as famílias e as empresas, mas tem também deixado claro que não tem capacidade de avançar com medidas que compensem na íntegra o impacto da inflação. A oposição, da esquerda à direita, tem, ainda assim, exigido mais.

Educação com maior subida do salário médio

A nota divulgada esta quinta-feira pelo INE dá conta de que o maior aumento da remuneração total registado no terceiro trimestre foi observado no sector da educação (7,1%). Seguiram-se as atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (6,8%).

Já as atividades de Administração Pública e Defesa e Segurança Social Obrigatória (0,5%) e atividades financeiras e de seguros (0,8%) verificaram as menores valorizações.

Quanto à tipologia de empresa, “as maiores variações positivas da remuneração total foram observadas nas empresas com 1 a 4 trabalhadores (6,6%) e com 50 a 99 trabalhadores (5,8%), enquanto a menor variação foi registada nas empresas com 500 e mais trabalhadores (1,8%)”, detalha o INE.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal