Vários meios decomunicação estatais iranianos anunciaram esta segunda-feira a morte do Presidente Ebrahim Raïssi e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, numa queda de um helicóptero no noroeste do Irão.
O governo iraniano diz que continuará a operar “sem a menor interrupção” após a morte do presidente, afirmou um comunicado do gabinete na segunda-feira.
“O servo da nação iraniana, Ebrahim Raisi, alcançou o mais alto nível de martírio enquanto servia ao povo”, declarou a televisão estatal, mostrando imagens de Raisi enquanto uma voz recitava o Alcorão.
“De acordo com o artigo 131 da Constituição, Mokhber está encarregado de liderar o poder executivo”, disse Khamenei num comunicado, acrescentando que Mokhber será obrigado a trabalhar com os chefes legislativos e judiciários para se preparar para as eleições presidenciais “dentro de um período máximo de 50 dias”.
O aiatola também decretou cinco dias de luto.
“O helicóptero do Presidente foi localizado. Os serviços de emergência estão a aproximar-se do local do acidente (…) A situação não é boa”, declarou o chefe do Crescente Vermelho iraniano, Pirhossein Koolivand.
O helicóptero que transportava Raisi e Amir-Abdollahian despenhou-se na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país.
No terreno estão pelo menos 65 equipas de salvamento em operações de busca que estão a ser dificultadas devido ao denso nevoeiro e às fortes chuvas.
A Turquia já enviou 32 equipas de salvamento e seis veículos e a União Europeia ativou o serviço cartográfico de resposta rápida Copernicus a pedido do Irão.
Também a Rússia enviou uma equipa de socorro com 47 especialistas, veículos todo-o-terreno e um helicóptero.
Ebrahim Raisi, de 63 anos, um clérigo religioso de linha dura, foi eleito Presidente do Irão em 2021, numa eleição presidencial com a participação mais baixa da história da República Islâmica.
A sua liderança tem protagonizado uma intensificação da repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime.
O Irão assistiu a uma onda de protestos em 2022, desencadeada pela morte sob custódia da mulher iraniana-curda Mahsa Amini, em setembro, após a sua detenção por alegadamente desrespeitar as regras de vestuário para mulheres.
Em março do ano passado, os rivais regionais Irão e Arábia Saudita assinaram um acordo surpresa que restaurou as relações diplomáticas.
A guerra de Gaza aumentou as tensões e uma série de escaladas de retaliação levaram Teerão a lançar centenas de mísseis e foguetes diretamente contra Israel em abril deste ano.
Num discurso horas antes da sua morte, Raisi enfatizou o apoio do Irão aos palestinianos, uma peça central da sua política externa desde a revolução islâmica de 1979. “Acreditamos que a Palestina é a primeira questão do mundo muçulmano”, disse Raisi.
O Hamas expressou as suas condolências a Raisi, um “honrado apoiante” do grupo, enquanto o Hezbollah recordou-o como “um protector dos movimentos de resistência”.
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal