Em Portugal, a confiança nas instituições políticas europeias é largamente superior à confiança nas instituições nacionais, como o Parlamento ou o Governo, de acordo com os resultados do Barómetro da Política Europeia da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).
O estudo indica também que a sociedade portuguesa detém um conhecimento razoável sobre a União Europeia (UE), tendencialmente acima da média na Europa, mas que sente que não sabe muito sobre o que faz o Parlamento Europeu.
A sociedade portuguesa tende a considerar que a representação política funciona bem na UE, sendo que a maioria dos inquiridos considera que votar para o Parlamento Europeu lhes dá voz como se governa na UE e cerca de metade diz que os eurodeputados representam bem os interesses nacionais.
O documento revela que o apoio à UE e às suas instituições continua a ser elevado em Portugal, como tem sido desde sempre, à exceção do período da intervenção económica da troika (2011-2014), um momento crítico que está ultrapassado.
A confiança, o apoio e o conhecimento sobre a UE são consistentemente mais elevados em grupos socioeconómicos específicos, nomeadamente os que concluíram o ensino superior, os que cresceram com a UE e os mais velhos que ainda se lembram de Portugal antes da adesão à UE.
Os inquiridos à esquerda, assim como as mulheres, tendem a ter uma visão mais positiva da UE. Já os que advogam posições populistas tendem a ser mais pessimistas quanto ao funcionamento da representação política na UE, aos benefícios da adesão à UE e ao euro, e são mais negativos relativamente à imagem sobre a UE.
Apesar da satisfação global dos portugueses em relação à União Europeia, observa-se uma substancial insatisfação em relação à forma como esta tem lidado com problemas atuais como pobreza, desigualdades ou o conflito entre Israel e a Palestina. Menos de um terço dos portugueses dizem estar satisfeitos com a resposta da UE a estes assuntos.
A sociedade portuguesa mostra-se ainda pouco satisfeita com a distribuição do poder dentro da UE, destacando-se a existência de um grande fosso entre a influência desejada para os cidadãos europeus e a influência que os inquiridos percecionam que estes efetivamente têm, que é muito reduzida.
Os inquiridos gostariam que o Governo português e os eurodeputados tivessem mais influência nas políticas da UE. Por outro lado, as grandes empresas multinacionais e os altos funcionários são vistos como tendo mais influência nas políticas da UE do que o desejável.
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal