O ministro das Finanças recusou esta sexta-feira, numa audição parlamentar, que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 tenha sido desenhada com “uma folga” para responder a um cenário eventualmente “mais agravado”. “Não há folga, há utilização inteligente da política orçamental, porque podemos em tempo fazer a consolidação necessária”, afirmou o governante.
Fernando Medina está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças, no âmbito da discussão da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, que deu entrada no Parlamento a 10 de outubro e será votada na generalidade na próxima quinta-feira, dia 27 de outubro.
Foi nesse quadro que o deputado do PSD Hugo Carneiro questionou Medina sobre a folga preparada para o caso de não se confirmar o cenário previsto. “Não referi a palavra folga, nem a podia ter referido, porque o Orçamento é feito com rigor e prudência”, respondeu o ministro.
E detalhou: “definimos um défice de 0,9%, mas assumimos que, se houver algum desenvolvimento externo que nos imponha um andamento da economia diferente do que esperamos, se houver um cenário mais agravado, o Governo não prosseguirá uma política de redução do défice a todo o custo e usará as margens que a política anticíclica aponta como correspondentes à boa política orçamental.”
O governante não poupou, além disso, críticas ao PSD, dizendo que a opção política tomada pelo Governo de António Costa é “muito diferente do que aquela que o PSD teve da última vez que esteve no Governo”.
“Não há folga, há utilização inteligente da política orçamental porque podemos em tempo fazer a consolidação necessária para a poder usar nos momentos necessários”, rematou Medina.
A Hugo Carneiro, o ministro garantiu ainda que “é inegável que este Orçamento do Estado tem uma dimensão muito forte na melhoria dos rendimentos das famílias”, não só pela subida do salário mínimo para 760 euros, mas também pelas várias medidas fiscais que dele constam, como o reforço do IRS Jovem e a redução da taxa de IRS para o segundo escalão de rendimentos.
Fonte: Jornal Económico / Portugal
Crédito da imagem: Cristina Bernardo