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Benfica-Marselha: noite com toque sentimental merecia segunda parte sem sustos

O Benfica venceu esta quinta-feira o Marselha na Luz, por 2-1, um resultado que deixa as águias em vantagem na eliminatória que será decidida para a semana em França e que pode abrir as portas das meias-finais da Liga Europa.

Foi um jogo especial, com um toque sentimental pela homenagem a Eriksson, num desafio que afinal teve a presença de adeptos franceses, depois de um volte face que vai permitir também que as águias tenham apoiantes no desafio da segunda-mão no Vélodrome dia 18.

O jogo tinha uma envolvência especial, não só em termos desportivos mas também emocionais. A começar pela presença de Sven-Göran Eriksson na Luz, alvo de uma sentida homenagem.

E também por se tratar do reencontro com um adversário histórico, com boas recordações de um dia feliz de abril de 1990, quando um golo de Vata com a mão permitiu às águias chegar à final da Taça dos Campeões Europeus – grande parte dos heróis dessa noite, Eriksson incluído, estavam na tribuna a assistir.

E, claro, pela parte desportiva. O Benfica estava obrigado a dar um sinal de retoma aos adeptos, depois de dois resultados frente ao rival Sporting que deixaram grande mossa: um empate (2-2) que significou a eliminação da Taça de Portugal e uma derrota (2-1) que praticamente selou o adeus ao título.

Schmidt tem cada vez menos crédito juntos dos adeptos e um triunfo era obrigatório. Mas a exibição, sobretudo na segunda parte, mereceu ao treinador (e aos jogadores) uma enorme assobiadela no final.

Não foi de todo uma noite perfeita, sobretudo pela fraca exibição na segunda parte. A vantagem de um golo, porém, dá esperanças para o jogo da segunda mão no Vélodrome . E se tal acontecer, o adversário será o vencedor da eliminatória entre o Liverpool e a Atalanta – e os italianos estão bem lançados após a vitória por 0-3 em Anfield.

Roger Schmidt apostou no mesmo onze que defrontou o Sporting nos dois últimos jogos, mantendo a aposta em Tengstedt no ataque. Do lado do Marselha, dois nomes saltavam à vista: Mbemba, ex-defesa do FC Porto, e o ponta de lança Aubameyang.

Depois de um aviso logo aos 6’, num lance onde Bah falhou o remate na pequena área dos franceses, o Benfica fez o primeiro aos 16’, com Tengstedt a assistir Rafa para o golo (o 20.º da sua conta pessoal esta época). Até aqui o jogo mostrou um Marselha a jogar na expectativa e bem organizado na defesa, mas que dada a desvantagem foi obrigado a abrir-se mais e por isso a conceder mais espaços.

Até ao final da primeira parte, João Neves ainda obrigou Pau Lopez a uma defesa apertada com um remate de longe, aos 32’, após assistência de calcanhar de Rafa (o melhor do Benfica no primeiro tempo). O Marselha, apesar de nenhuma oportunidade de registo, criava alguns calafrios nos pontapés de canto. Ao intervalo, o Benfica vencia também na posse de bola (61%/39%) e nos remates enquadrados (2-0).

Erro de Silva no golo de Aubameyang

A segunda parte mostrou um Marselha mais atrevido, com as linhas mais subidas. Mas seria o Benfica a aumentar a vantagem. Depois de um remate de longe por cima aos 51’, Di María fez o segundo após uma boa jogada de entendimento com Neres. Tudo parecia bem encaminhado para uma noite perfeita… mas que afinal não foi.

Os franceses ainda reclamaram uma grande penalidade de João Neves sobre Aubameyang, aos 58’ mas após consultar o VAR, o árbitro nada assinalou.

Minutos depois, o avançado gabonês gelou a Luz, reduzindo para 2-1, num lance em que Florentino perdeu uma bola no meio-campo e António Silva esteve muito mal no corte, permitindo que Aubameyang marcasse.

Depois foi um filme já visto esta época. Um jogo que parecia controlado acabou por se complicar, e Harit esteve perto do empate aos 73’. Sem grande velocidade e com poucas ideias, o final do jogo mostrou um Benfica sem conseguir criar oportunidades e a sofrer alguns sustos. E com os adeptos a assobiarem… Di María e a equipa no final. Afinal, uma noite com toque sentimental merecia uma segunda parte bem melhor.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Filipe Amorim / EPA