O rendimento real per capita das famílias portuguesas caiu 0,28% no terceiro trimestre do ano passado em comparação com os três meses anteriores. T
rata-se de uma quebra ligeiramente acima da média da OCDE, que foi de 0,2% neste período, interrompendo o ciclo de crescimento dos quatro trimestres anteriores, revelou ontem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
O índice em Portugal baixou de 110,80 no segundo trimestre para 110,49 no terceiro, indicam os dados. Já na comparação homóloga, o índice cresceu face aos 106,45 registados no terceiro trimestre de 2022.
Este indicador da OCDE avalia o bem-estar económico das populações, aferindo o poder de compra através da evolução do rendimento disponível das famílias proveniente de salários, pensões, prestações sociais e investimentos, descontados os impostos e contribuições sociais pagos, e tendo em conta o efeito da inflação.
A OCDE divulga também o PIB per capita e, neste capítulo, em Portugal, o indicador registou um decréscimo de 0,26% no terceiro trimestre de 2023 face ao trimestre precedente, fixando-se em 114,79, abaixo da média da OCDE, que foi de um crescimento de 0,3%.
Em relação ao trimestre homólogo, ou seja, entre julho e setembro de 2022, Portugal regista uma melhoria de 1,82%, com o índice a fixar-se em 112,97.
Dos 21 países da OCDE com dados disponíveis, dez registaram decréscimos no rendimento real per capita da famílias, observa a organização.
Espanha destaca-se pela negativa, sendo o país que apresentou a maior contração entre julho e setembro do ano passado, de 2,1% para 97,61, devido ao “aumento dos impostos sobre o rendimento e a riqueza”, lê-se na nota da OCDE. No entanto, comparando o índice com o período homólogo houve uma subida de 5,1%.
Além dos espanhóis, as maiores quebras trimestrais registaram-se na Áustria, com menos 1,31%, e na Irlanda, com menos 0,95%.
Os outros onze países que apresentaram dados registaram subidas do índice. Aquele que evoluiu mais favoravelmente foi a Hungria, com um aumento de 5,5%, em resultado do “forte crescimento das remunerações dos trabalhadores, do rendimento de quem trabalha por conta própria e dos rendimentos prediais”, lê-se na nota da OCDE.
Segue-se a Polónia, com uma subida de 2,91%, e Itália, com um aumento 1,45% no índice, pelas mesmas razões da Hungria, sublinha a organização.
Na maior economia da Europa, a Alemanha, o rendimento real das famílias per capita caiu 0,6% e o PIB per capita baixou 0,1% pelo quarto trimestre consecutivo. França registou também uma quebra de 0,1% em ambos os indicadores.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: André Rolo / Global Imagens