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Costa defende que apoios do governo na energia dão “previsibilidade” às empresas

António Costa sublinhou esta sexta-feira o contributo do mecanismo ibérico para o controlo dos preços da energia na Península Ibérica, a que se junta o recém-anunciado apoio de 3 mil milhões de euros para injetar no sistema energético previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2023.

O primeiro-ministro aponta que num cenário em que o preço da energia aumentasse 100%, seria possível, com este valor, limitar “os aumentos a 39% na eletricidade e a 13% no gás”. O pacote “permite às empresas ter previsibilidade no custo de energia”, sublinhou.

O líder do governo, que falava durante a conferência anual da AICEP, em Viseu, lembra, porém, que “este esforço não evita aquilo que não pode evitar”, como a continuidade da guerra na Ucrânia. Reconhece que “provavelmente” seria possível adotar outras estratégias para fazer face ao aumento dos preços na energia, mas avisa que “todas as alternativas têm custos” e que é preciso, em cada momento, encontrar “o equilíbrio certo”.

“Podíamos aumentar a dotação [orçamental] para controlar o preço da energia? Provavelmente sim. Isso implicaria uma de duas coisas: ou investir menos em algum outro objetivo de política pública ou aumentar o nosso défice e a nossa dívida pública”, assinalou.

Para António Costa é importante não colocar em causa o cumprimento “do objetivo a que nos propomos no Orçamento do Estado (OE) para 2023”, nomeadamente no que diz respeito à redução do défice para 0,9% e baixar o peso da dívida no produto interno bruto para 110,8%. “Este ano, seguramente vamos chegar a um rácio de dívida pública no produto melhor do que foram as melhores previsões que tivemos ao longo do ano”, acredita o primeiro-ministro.

No horizonte está ainda a redução da dívida para abaixo dos 100% do PIB que pretende atingir em 2026 e defende que esse “é, seguramente, um dos melhores investimentos que Portugal pode fazer” perante um contexto em que as taxas de juro e a inflação sobem.

Confrontado com as previsões publicadas pelo Fundo Monetário Internacional, que prevê maior défice público para Portugal, António Costa disse aos jornalistas que, em oito orçamentos que já apresentou, a instituição tem falhado sucessivamente nas previsões. “Ao longo destes oito anos devo dizer que estamos sete a zero”, ironizou.

Talento é essencial para a produtividade

Durante a intervenção na conferência organizada pela AICEP, dedicada ao desempenho das exportações portuguesas e da atração de investimento estrangeiro em 2022, António Costa reconheceu ainda que para garantir o sucesso de Portugal a longo prazo é necessário investir no desenvolvimento do talento nacional. “Temos a terceira maior taxa de licenciados em engenharia. Só a Alemanha e a Áustria estão à nossa frente”, destacou.

A geração mais qualificada de sempre, como aponta frequentemente, significa que “nos próximos 10 anos vamos ter maior capital humano, melhores recursos humanos, melhor talento do que aquele que já hoje temos para sustentar este investimento e apoiar a capacidade das nossas empresas. São as competências uma competência fundamental para o futuro”, reforçou o primeiro-ministro.

Fonte: Jornal de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Paulo Novais / LUSA