O líder do Chega, André Ventura, garantiu este domingo, que o partido é o “caminho para derrotar o socialismo” e que é a alternativa de que Portugal precisa para escapar à “mentira e à corrupção” dos últimos anos de governação.
No encerramento da 6.ª Convenção Nacional do partido, num discurso de 50 minutos, Ventura começou por agradecer a todos os presentes e acabou deixando críticas ao Governo.
Chega tem “ADN de contestação” e é aberto “àqueles que o procuram”
André Ventura destacou a força disruptiva do Chega, mas assegurou que o partido nunca foi “fechado” e que abre portas àqueles que o procuram.
Para reforçar a ideia, o presidente do Chega relembrou o número de deputados do PSD e do CDS-PP que foram integrados no partido, como Henrique de Freitas, Nuno Simões de Melo e António Pinto Pereira.
“Não deixarei que este espírito morra. Precisamente por sermos este partido aberto e por sermos a esperança que Portugal precisa (…) O Chega nunca foi um partido fechado”, asseverou.
“Muitos se juntarão, porque sabem que este é o caminho para derrotar o socialismo em Portugal. Nunca vendemos a nossa identidade, porque ela própria do nosso património, mas também sabemos que precisamos de muitos”, afirmou.
André Ventura diz que delegado que se afirmou fascista “disse-o claramente de forma irónica”. Apesar do fator de integração, garante que o “ADN de contestação do Chega” nunca irá desaparecer e que, por isso, o partido nunca se irá calar perante a injustiça.
Crítica a Pedro Nuno Santos
Para responder às declarações de Pedro Nuno Santos, André Ventura disse que o novo secretário-geral do PS é desmentido com o descontentamento dos trabalhadores e com as suas próprias ações.
Recorde-se que este domingo, Pedro Nuno Santos disse que o Chega mentia aos portugueses e que prometia medidas eram impossíveis de cumprir.
“Disse que houve muitos avanços nas forças de segurança, mas os protestos desmentem isso (…) Caro Pedro Nuno Santos, a mentira e manipulação não têm lugar neste congresso, mas caem que nem uma luva em si e no PS que têm governado Portugal nos últimos anos”, criticou.”, vincou.
Direção Nacional de André Ventura eleita com 90,2% dos votos. André Ventura relembrou ainda a polémica indemnização de 500 mil euros atribuída a Alexandra Reis que levou à demissão de Pedro Nuno Santos do cargo que ministro das Infraestruturas no início do ano passado.
“Que autoridade tem um homem que governava por WhatsApp e que fazia negociatas com o BE e o PCP para comprar ações do CTT e que acordou um dia a decidir a localização do aeroporto para ser desmentido pelo António Costa?”, apontou.
Diz que PS é “mentira e corrupção”
O presidente do Chega aproveitou o discurso para fazer duras críticas à governação do partido socialista, dizendo que foi “marcada por casos e casinhos” e por mentiras.
Ventura acredita que o PS tenha caído pela corrupção. “A queda do PS é a queda de um vírus que se espalha na sociedade portuguesa mais do que se espalhou a Covid-19. Saiu Sócrates e anos depois veio António Costa, agora Pedro Nuno Santos. E chamam-nos a nós fascistas e radicais, não há moderação que impere no meu coração, exceto para dizer que sou absolutamente radical contra a corrupção”, vincou.
Promete recuperar tempo de serviço dos professores
André Ventura prometeu que, em quatro anos, vai recuperar o tempo de serviço dos professores que foi congelado no passado, considerando que o partido tem que “ser essa voz” porque o PS e PSD deixaram de o ser.
“O compromisso – este é claro e vale ouro ao contrário de Pedro Nuno Santos – em quatro anos o Chega recuperará o tempo de serviço dos professores”, comprometeu-se.
O líder do Chega disse saber “o que é estar do lado certo e do lado errado”, considerando que o partido tem que “ser essa voz” na defesa dos professores “porque PS e PSD deixaram de ser”.
Quer reverter Lei da Nacionalidade e extinção do SEF
Na próxima legislatura, Ventura diz querer reverter a Lei da Nacionalidade e também a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
“Se vencermos as eleições, o Chega vai reverter a extinção do SEF levada a cabo pelo PS”, explicou.
“E vamos reverter esta Lei da Nacionalidade para que ninguém possa entrar, estar ou ser português sem saber falar a língua e conhecer a cultura portuguesa”, afirmou também.
Preparado para ser primeiro-ministro
“Este é o nosso tempo, o nosso momento, o momento por que tanto esperámos. Estou preparado para ser primeiro-ministro de Portugal. Sinto-me tão pronto hoje como Sá Carneiro se sentia em 1979”, disse André Ventura.
O líder do Chega lembra que o partido “nasceu sem medo, com a força popular, sem nenhum interesse particular” e acredita que poderá desta vez vencer as legislativas a 10 de Março.
Para fechar o discurso, André Ventura apelou à participação do público e gritou: “Viva Viana, viva o Chega e Viva Portugal!”.
Fonte: Correio da Manhã – SIC Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Estela de Silva