A direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) recebe esta quinta-feira os sindicatos representativos do setor, perante o momento de contestação e protestos de agentes desde segunda-feira por melhores condições salariais e de trabalho.
Fonte oficial da direção da PSP disse à Lusa que a reunião iria ter lugar na sede, na Penha de França, em Lisboa, a partir das 10:30, e que estariam presentes seis sindicatos: Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP-PSP), Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Sindicato Independente da Polícia (SIAP), Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) e Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP (SNCC).
A mesma fonte indicou que não foi definida uma agenda de trabalho pelo diretor nacional, Barros Correia, para a reunião, mas o foco estará na contestação dos polícias, que começou num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra um suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária (PJ) e que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP, aos quais também se juntaram militares da GNR e guardas prisionais, consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.
A reunião com os sindicatos ocorre no dia seguinte ao envio de um email por Barros Correia aos polícias, no qual destacou a importância de cumprir a missão da PSP, independentemente do sentimento de insatisfação.
Apesar de declarar a sua concordância “com a justeza desta causa” e as expectativas de valorização salarial, o diretor nacional apelou ao “bom senso” dos profissionais.
“Embora percebendo e apoiando esta causa, relembro da nossa importante missão de salvaguarda do cumprimento da Constituição e da Lei, da segurança, da proteção e apoio a todos os nossos cidadãos e a quem nos visita e do importante equilíbrio entre as legítimas formas de reivindicação e a prestação de serviço público à comunidade, repudiando qualquer conduta que ponha em causa o cumprimento da missão de segurança pública”, frisou.
Diretor nacional da PSP alerta para o risco de os polícias perderam “a confiança, apoio e respeito” dos cidadãos
Na mensagem, a que a Lusa teve acesso, o diretor nacional da PSP alertou ainda para o risco de os polícias perderem “a confiança, apoio e respeito” dos cidadãos.
Além da concentração diante da Assembleia da República desde segunda-feira, que entretanto se alastrou a outras cidades do país, o protesto foi também concretizado com a paragem de vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), alegando os polícias que estavam inoperacionais e com várias avarias.
Após a paragem de vários carros patrulha, fonte oficial da direção nacional da PSP disse à Lusa, na quarta-feira, que o Comando Metropolitano de Lisboa foi reforçado com carros de patrulha dos comandos de Leiria e Santarém para “mitigar alguns problemas”.
Segundo a Polícia de Segurança Pública, este reforço permite “mitigar o problema”, mas não foram repostos todos os carros dados como inoperacionais pelos polícias.
A PSP indicou também que os comandos de Lisboa e Setúbal foram os únicos afetados pela paragem dos carros e garantiu que “foi dada resposta a todas as ocorrências”.
A fonte da direção nacional da PSP disse ainda que foi acelerada também a reparação de alguns carros.
Os protestos dos elementos das forças de segurança estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram, e desconhece-se quando vão terminar.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: António Pedro Santos / LUSA