Para a história! A goleada frente ao frágil Luxemburgo (9-0) é a maior de sempre da seleção portuguesa, que continua 100% vitoriosa na qualificação para o Euro 2024.
Com o triunfo desta segunda-feira, Portugal ficou com oito pontos de vantagem sobre o terceiro classificado do grupo J (ver quadro, no final do texto), sendo que se apuram os dois primeiros e faltam jogar quatro partidas. O que significa que a equipa de Roberto Martínez pode garantir a presença no europeu do próximo ano já em outubro – dia 13, na receção à Eslováquia no Estádio do Dragão.
No Estádio do Algarve, frente a um adversário muito acanhado, Portugal teve domínio total e mobilidade ofensiva para construir uma goleada ao ritmo de Rafael Leão, mas deixou a sua marca no jogo em que Gonçalo foi o nome de golo. Inácio e Ramos bisaram, assim como Diogo Jota. Horta, Bruno Fernandes e João Félix também marcaram.
Sem Cristiano Ronaldo e com a titularidade de Gonçalo Ramos anunciada há três dias, ainda havia margem para mais mudanças no onze português frente ao Luxemburgo. Roberto Martínez mudou algumas peças, dando ainda lugar a Nelson Semedo (em vez de João Cancelo), Gonçalo Inácio (em vez de António Silva), Danilo (em vez de Palhinha) e Diogo Jota.
E foi uma das surpresas que adiantou Portugal no marcador aos 12 minutos. Gonçalo Inácio primeiro ameaçou (aos 9′), depois marcou mesmo. Um bonito golo de cabeça, que coroou ainda o cruzamento de trivela de Bruno Fernandes, um dos dois jogadores que foram titulares nos seis jogos de qualificação para Euro 2024 – o outro é Rúben Dias (totalista também em minutos).
E depois de Gonçalo Inácio se estrear a marcar pela seleção, foi a vez do outro Gonçalo, o Ramos brilhar. Minutos depois do golo do defesa central leonino, o algarvio do PSG deu o melhor seguimento a uma jogada em transição do ataque português. Desta vez o passe foi do capitão Bernardo Silva e mereceu aplausos do selecionador.
Martínez gostava da mobilidade ofensiva e arrisca agora ouvir que sem Ronaldo tudo parece funcionar melhor. Opiniões à parte, o terceiro golo pode servir de argumento a quem espera provar essa teoria. Tudo bem feito, com Rafael Leão a levar tudo à frente e servir Gonçalo Ramos, que, num belo gesto técnico tirou um adversário da frente, com uma finta em sentido contrário, e fazer mais um golo.
Mesmo sem marcar, Leão era o homem que metia velocidade e desequilibrava tudo pelo lado direito. Um minuto depois de servir o jogador do PSG para o 3-0, o avançado do AC Milan fez o mesmo com Diogo Jota, que viu a barra negar-lhe o golo.
Portugal jogava bem e o Luxemburgo tudo permitia. O quarto golo português chegou mesmo antes do intervalo, quando Bruno Fernandes e Gonçalo Inácio tiraram uma fotocópia do primeiro golo.
Jota, Horta & Félix limitada
O segundo tempo iria mostrar que havia mais fome de golo e mais nomes para a ficha de jogo… o que complicava a missão dos olheiros à procura do homem do jogo. Se Leão continuava a dar baile à defesa luxemburguesa (e ficou em branco), Bruno Fernandes abria o livro com uma fantástica terceira assistência para Diogo Jota… que se isolou e nem esperou para chegar perto da baliza para atirar e fazer o quinto golo da noite.
Aos 60 minutos, o selecionador mexeu na equipa e deu minutos a João Félix e Ricardo Horta. Foi também por essa altura que Leandro Barreiro resolveu testar a atenção de Diogo Costa, mas não passou disso mesmo. Golos só na baliza adversária.
Mais um lance bonito de Portugal, com Diogo Jota a servir Ricardo Horta para um belo remate de primeira! Aos 77 minutos o 7-0… por Diogo Jota, que aproveitou um ressalto para também bisar.
A noite ainda ficou mais memorável quando Bruno Fernandes juntou o golo às três assistências (e braçadeira de capitão a acabar a partida) e João Félix fez o nono golo e assim entrou para a história da maior goleada de sempre da seleção portuguesa em 667 jogos.
Um resultado histórico para Portugal, que tinha como maior vitória de sempre, um 8-0 ao Liechtenstein (em 1994 e 1999) e Kuwait (2003).
Nos seis jogos sob a liderança de Roberto Martínez, a seleção venceu os seis, marcou 24 golos e não sofreu qualquer um. Apesar do jogo bonito e da goleada, é preciso colocar o triunfo em perspetiva face à fragilidade do adversário.
O selecionador Luc Holtz abandonou o banco depois do oitavo golo, numa imagem que promete correr Mundo e que o envergonhará para sempre, também por ter contribuído para a maior vitória de sempre de Portugal.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Carlos Vidigal Jr. / Global Imagens