Uma goleada improvável, mas sem contestação. O FC Porto recebeu e venceu o líder Benfica, por 5-0, na 24.ª jornada da I Liga. Um bis de Galeno (aplaudido de pé quando foi substituído), mais um golo de Wendell, outro de Pepê e outro de Danny Namaso deram o triunfo aos dragões, que assim se aproximaram da liderança do Sporting, que venceu o Farense e chegou aos 59 pontos, contra os 58 do Benfica e os 52 do FC Porto.
A luta pelo título deixou assim de ser impossível para os dragões, que fizeram um dos melhores jogos da época (a par do duelo com o Arsenal para a Champions) e podem agora descansar sobre o maior triunfo de sempre em clássicos para o campeonato, em igualdade com os 5-0 de 2010-11 da era André Villas-Boas. Aliás nos últimos 52 anos só os dragões conseguiram vencer por cinco ou mais golos (1996, 2010, 2024).
Roger Schmidt assumiu o “desastre” que foi a derrota de hoje no Estádio do Dragão, mas sem identificar aquilo em que efetivamente teve “culpa” e que parece estar à vista de todos, menos do técnico do Benfica.
Morato voltou a ser opção para a lateral esquerda ganhando a vaga face Jurasek, Bernat e Álvaro Carreras. Resultado? O defesa central adaptado não conseguiu acompanhar a dança de Francisco Conceição, que marcou o canto para o 1-0 de Galeno aos 20 minutos e voltou a servir o brasileiro no 2-0 aos 44 minutos.
Ao intervalo emendou esse erro estratégico, mas Sérgio Conceição estava umas jogadas à frente e também anulou o efeito que o alemão queria dar à sua equipa fazendo entrar Carreras.
O contexto era mais do que desfavorável ao FC Porto, que apesar de jogar na condição de visitado tinha menos nove pontos do que o rival e não deixou que ele pensasse sequer que iria conseguir fugir na liderança.
Mérito dos dribles e arrancadas de Francisco, da velocidade e atitude de Galeno, mestre a finalizar perante Trubin, mas não só. Nico González foi o cérebro do jogo perfeito portista, decidindo sempre bem, com e sem pressão.
Foi o ex-Barcelona a servir Pepê para o 4-0 aos 75 minutos, já depois de aos 55 minutos Wendell festejar a convocatória para a seleção do Brasil marcando o terceiro da noite a passe de Galeno – extremo que estava em dúvida e acabou por ser titular, tal como Evanilson.
Se foi ou não bluff de Conceição, Schmidt já devia saber que o bluff também faz parte do jogo, assim como o joker quando é chamado ao jogo. E no caso do FC Porto a cartada final foi mesmo dada por Danny Namaso aos 90 minutos, depois do Benfica, a jogar com 10 jogadores, após expulsão do capitão Otamendi para delírio do Dragão, baixar as linhas e tentar defender-se de possíveis ofensivas adversárias.
Mas o mal estava feito e o campeão saiu do Estádio do Dragão humilhado e com a segunda derrota seguida frente aos dois grandes rivais, uma vez que tinha perdido com o Sporting para a Taça de Portugal na quinta-feira.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Getty Images e Tony Dias / Movephoto