Trabalhadores do Aeroporto da Madeira contestam decisão da ANA de retirar avenças de estacionamento

Os trabalhadores do Aeroporto da Madeira contestaram, esta tarde, num comunicado enviado à redação, a “decisão abrupta” da ANA Aeroportos de retirar avenças de estacionamento.

Consideram tratar-se de uma medida “injusta, incoerente e profundamente desrespeitosa”

A nota, assinada em nome dos referidos trabalhadores, denota que, em dia depois de celebrar publicamente o marco dos 5 milhões de passageiros no Aeroporto da Madeira, a ANA Aeroportos impôs, sem qualquer explicação, a retirada das avenças de estacionamento atribuídas aos trabalhadores.

A decisão, anunciada de forma súbita, gerou forte indignação entre as equipas, que classificam a medida como “um golpe gratuito” e “um acto de desrespeito perante quem garante o funcionamento diário do aeroporto”.

Os trabalhadores afirmam que a decisão é tanto mais incompreensível quanto surge imediatamente após um momento de “festa e auto-elogio” da própria empresa.:

“É irónico: celebram resultados que só existem graças ao esforço das equipas, e no dia seguinte retiram condições essenciais para que esse esforço seja possível”, lamentam os funcionários.

As avenças de estacionamento são, para muitos profissionais, uma necessidade operacional e não um privilégio. Mais lembram que os horários irregulares, os turnos noturnos e a escassez de transportes em determinados períodos tornam o acesso ao parque fundamental para garantir segurança, pontualidade e continuidade do serviço aeroportuário.

A retirada súbita desta condição é, por isso, vista pelas equipas como uma “decisão de corte cego, tomada sem diálogo, sem transparência e sem qualquer justificação coerente”.

Os trabalhadores acusam ainda a administração de incoerência, afirmando que “não se pode proclamar crescimento, sucesso e responsabilidade social enquanto se corta, de um dia para o outro, em condições básicas dedicadas a quem sustenta esses mesmos resultados”.

As equipas do Aeroporto da Madeira exigem, nesse sentido, explicações imediatas, revisão urgente da medida e respeito pelo papel essencial dos profissionais que asseguram a operação aeroportuária, inclusive nos momentos em que a empresa escolhe celebrar números recorde.

No entender dos trabalhadores, em vez de retirar as avenças após a celebração do marco dos 5 milhões de passageiros, faria todo o sentido que estas fossem distribuídas de forma igualitária por todos os profissionais do Aeroporto da Madeira, sem discriminação.

Reforçam ainda acreditar que uma medida justa e inclusiva reforçaria o reconhecimento devido às equipas e contribuiria para melhorar ainda mais os resultados que a própria empresa tanto celebra.

Fonte e crédito da imagem: Jornal Madeira / Portugal