Marcelo Rebelo de Sousa votou antecipadamente na Câmara de Vila Real de Santo António (Faro), este domingo, e apelou ao voto, lembrando que nos próximos 12 meses não pode haver eleições.
O presidente da República disse considerar que o número de pessoas a votar antecipadamente é um sinal de que a abstenção poderá baixar.
“O meu apelo é de que votem. Votem por uma razão muito simples. O mundo está como está, não está fácil, está mais difícil do que há um ano e por outro lado não pode haver eleições no próximo ano”, declarou.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou que nos seis meses seguintes à convocação de eleições legislativas não é possível haver novas eleições, tal como nos seis meses finais do mandato presidencial.
Segundo o Presidente da República, isso significa que só no fim da primavera, começo do verão do ano que vem, é que, se fosse necessário, poderia haver novas eleições, o que, frisou, espera que não aconteça, apelando aos portugueses para abandonarem a ideia de corrigir amanhã aquilo que fazem hoje.
O chefe de Estado português votou antecipadamente na Câmara de Vila Real de Santo António, no distrito de Faro.
Enquanto esperava na fila para votar, Marcelo Rebelo de Sousa falou com as pessoas que também aguardavam a sua vez, explicando que pediu o voto antecipado para poder ir ao Vaticano à missa inaugural do pontificado do Papa Leão XIV, marcada para 18 de maio, dia das eleições legislativas antecipadas em Portugal.
O chefe de Estado esclareceu que já tinha previsto pedir o voto antecipado devido a um convite para um encontro nacional da Refood no Algarve, que decorreu no sábado à noite, mas a sua ideia era votar em Celorico de Basto.
No entanto, depois, com a morte do papa Francisco, o conclave e a eleição do novo papa, apercebeu-se de que não conseguiria voltar de Roma a tempo de votar no próximo domingo, tendo em conta, também, os atrasos que aquelas cerimónias costumam ter.
“Feitas as contas, e recebi há três dias o programa [da cerimónia], não dava para voltar a tempo de votar em Celorico de Basto. Em boa hora, vale a pena a pessoa guardar [o voto antecipado], já uma vez me foi útil, outras vezes não foi. Se a pessoa não precisa, vota no dia, se precisa, usa. E portanto, aqui vim”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha estado no Vaticano para o funeral do Papa Francisco, no fim de abril, juntamente com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Mais de 333 mil eleitores estavam aptos a votar este domingo nas legislativas de 18 de maio, o maior número de sempre a decidir exercer o seu direito de voto antecipadamente desde que essa modalidade foi instituída.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Luís Forra / Lusa