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Dia do Combatente celebrado na Batalha

O presidente da Liga dos Combatentes, tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, defendeu que a Europa deve aproveitar a atual conjuntura internacional para se tornar numa grande potência dissuasora da guerra.

“Entendemos que a Europa deve aproveitar o atual momento do imbróglio estabelecido para, a prazo, se tornar uma grande potência dissuasora da guerra e que a sua voz seja ouvida e respeitada como tal”, afirmou Chito Rodrigues esta quarta-feira.

O tenente-general discursava nas cerimónias comemorativas do 107.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, na Batalha (Leiria), presididas pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e, entre outras entidades, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.

O presidente da Liga salientou que “as potências de hoje, que no mundo, aspiram e lutam por recriar novos impérios, uns por imposição da persuasão com base no seu superpoder, outros pelo uso da força e da violência efetiva, são os mesmos que exigiram e apoiaram a destruição de outros impérios históricos”, i ncluindo o português, “sob o pretexto do direito à autodeterminação dos povos”.

Chito Rodrigues observou ainda que, atualmente, “no norte de uma jovem América, acredita-se e declara-se, imperialmente, a necessidade de uma expansão territorial”, enquanto que, a leste, “numa clássica Rússia” se aplica a “força contra vizinhos” para “restaurar o império e o espaço”.

O responsável da Liga dos Combatentes avisou que “a insegurança, a instabilidade, as dúvidas latentes e o desconhecimento das novas regras de um futuro próximo”, além de serem “ameaças reais à segurança internacional, parecem enfraquecer perigosamente as tradicionais organizações”, como as Nações Unidas, a NATO e a União Europeia, às quais se deve exigir “capacidade de renovação política e militar”.

Referindo que na cerimónia se celebra, igualmente, a paz na Europa alcançada há mais de 100 anos, com o fim a I Guerra Mundial, embora quebrada depois com a II Guerra Mundial, Joaquim Chito Rodrigues realçou que “deveriam constituir lições aprendidas da grande História pelos atuais sentimentos imperialistas das grandes potências”.

Quanto às “pequenas e médias potências, nomeadamente as europeias”, “a curto e médio prazos”, parece só terem um caminho que passa por, “sem abrandar o esforço até agora feito na produção do bem-estar, reorientarem a sua prioridade no reforço das condições de segurança e defesa do seu território e dos seus valores”.

Porém, Chito Rodrigues considerou que esse esforço exige “uma direção política centralizada que todos reconheçam como um verdadeiro comando europeu de segurança e defesa de quem dependeriam as forças a disponibilizar pelos países europeus”.

“Sem unidade política, pelo menos nesta área da defesa, a experiência evidencia extrema dificuldade em pensar em informações e operações de um qualquer exército europeu”, alertou.

Chito Rodrigues referiu no seu discurso o Estatuto do Antigo Combatente, promulgado em 2020, lembrando que “foi publicado com a promessa de constituir um primeiro passo legislativo” e destacou a decisão do Governo de garantir o apoio à saúde, com a gratuitidade dos medicamentos.

O presidente da Liga defendeu, para o orçamento do próximo governo, a revisão da lei que regula os efeitos jurídicos dos períodos de prestação de serviço militar de antigos combatentes, pedindo para que “sejam revistos os direitos já adquiridos relativos aos coeficientes especiais de pensão, suplementos especiais de pensão e acréscimos vitalícios de pensão”.

Dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa, que está pela última vez como chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas no Dia do Combatente, agradeceu o seu apoio às Forças Armadas e à Liga.

Já a Nuno Melo, expressou o apreço dos combatentes e da Liga pelas “decisões tomadas as expectativas criadas e as positivas referências sistematicamente feitas aos antigos combatentes”.

Fonte: Diário de Leiria / Portugal

Crédito da imagem: Luís Filipe Coito